Podemos
dizer que na vida, quase tudo é uma questão de ponto de vista.
As
pessoas em geral dizem respeitar muito isso.
Não serem preconceituosas e tudo o mais.
Mas
na verdade, quando alguém discorda de você ou simplesmente não concorda, a
reação não é tão simples.
Recentemente,
questões políticas fizeram “amigos” bloquearem meu perfil no facebook. Quase sempre, um bom debate
em família acaba virando uma pequena “guerra”.
A escolha por músicas provoca duelos no carro entre meus três filhos. E assim vai.
Pois é. Cada um quer fazer valer sua opinião a
qualquer preço.
Não é errado isso. Defender o tal ponto de vista com convicção é
até salutar. O que não se deve, no
entanto, é desfazer da opinião alheia. Tratá-la
como ignorância ou erro só porque não condiz com o que sabemos ou aprendemos.
Mais que uma pessoa pode estar
certa sobre algo, dependendo do prisma em que estão olhando.
O bairro onde moro, por
exemplo. Um condomínio de chácaras. Um oásis de árvores, flores e pássaros nesta
região já tão devastada.
Nem todas as pessoas
gostam. Por conta disso, muitos são os
que se mudam pra cá e detonam tudo. Há
alguns meses, terrenos inteiros sofreram a ação de máquinas que cortaram
árvores, revolveram a terra e transformaram chácaras em terra limpa e lisa.
Outros cortaram os “excessos” e
pequenos bosques viraram minicampos, gramados enfeitados etc.
Eu não quero ser o dono da
verdade. Mas por mais de uma vez eu
tentei brigar pela manutenção das coisas por aqui. Publiquei no blog, panfletei as caixas de
correios dos moradores, tentei colaborar com integrantes da antiga diretoria da
Associação de Moradores. Tudo no sentido
de dizer que alguns de nós temos direito de morar assim, no mato, cercados de
natureza. É uma opção de vida.
Desta feita, se a pessoa não o
deseja, ao invés de vir para cá e transformar “campo em cidade”, fica por lá,
nestes condomínios urbanos cheios de tudo o que há de melhor.
Há oito anos eu, minha mulher e
filhos, moramos aqui. Neste tempo já
assistimos mudanças incríveis que praticamente deformaram o visual local.
Você não é obrigado a gostar
daqui assim. Mas nós que escolhemos aqui
como era, temos o direito de deixar como está.
Por isso resolvi colorir este
texto com estas fotos que, pra muitos é romantismo barato, falta do que fazer,
ou qualquer outra coisa, mas pra mim é uma questão de ponto de vista e de
escolha pessoal.
São momentos, pedaços pequenos,
colhidos em apenas uma caminhada que fiz ao fim da tarde com meu irmão que está
de passagem por aqui.
Enquanto a preocupação parece
ser generalizada em consumir, comprar, ver carros, prédios, ruas entupidas de
gente e objetos, placas e vitrinas, minha decisão foi virar a “objetiva” para
estes raros e ao mesmo tempo simples presentes do Criador.
Quem sabe você me entende?
ótimo e inteligentíssimo texto!!!
ResponderExcluirIrei compartilhar!