terça-feira, 25 de dezembro de 2018

Um Oceano de Oportunidades

Com o slogan "Um Oceano de Oportunidades" realizamos pela Seleta Negócios, empresa que reúne as marcas San Martin Corretora de Seguros e Banneg, nossa convenção nacional de franqueados a bordo do sensacional navio Costa Favolosa.
O evento se deu dos dias 10 a 13 de dezembro último.  O sol foi parceiro e o clima noturno, extremamente agradável.
Por três dias, navegamos de Santos, São Paulo até Camboriu em Santa Catarina e depois Ilha Bela, novamente São Paulo.
Recheado de glamour e conforto, o navio permitiu aos franqueados e seus acompanhantes, momentos de lazer, reflexão e sobretudo diversão.  Festas e diversos ambientes estiveram à disposição de todos para esse "relax" tão necessário no reabastecimento das "baterias".
Durante os eventos oficiais, no entanto, palestras aludindo a importância de se encarar o cliente como a figura central do negócio foram sucedidas por apresentações que demonstraram os avanços tecnológicos em prol da arte de vender, enquanto uma apresentação dos números demonstrou o "todo" que ainda resta por crescer em ambas as marcas.
No final, o chacoalhar das ondas, com o chacoalhar das falas, deixaram a todos preparados e incentivamos a querer "mais".
Esse é o espírito.  Fazer a diferença na vida dos outros, transformando a própria vida numa vida de vitórias e conquistas.
No decorrer de todo o ano de 2019, as oportunidades se sucederão.  Aplicativo para ambas as marcas, revitalização, atualização e repaginação da Universidade Corporativa são as primeiras grandes novidades que caminham ao lado de dezenas de novos produtos e ações.
Um grande congresso de vendas já está definido para junho onde mais de 10 palestrantes irão bombardear a todos com conhecimento, motivação e técnicas de vendas.
Cerca de 70% das redes esteve presente à convenção e as opiniões coletadas revelam alto grau de satisfação.
A próxima ocorre em 2020 e a franqueadora já promete surpreender.


domingo, 23 de dezembro de 2018

Minha ideia de natal e ano novo. Momento das grandes lutas?

As energias que brotam no final de ano são fantásticas e a força que geram, perdura pelo ano seguinte inteiro.
Não sei dizer se é por influência do solstício de inverno, no hemisfério norte, ou pelo de verão, no nosso hemisfério, mas que algo realmente acontece com o emocional, já não há dúvidas.
Há quem defenda que é resultado dos shows do Roberto Carlos, infalível todo ano.  Mas, brincadeiras à parte, o fato é que cristãos ou não, todos param nessa época do ano, em várias partes do mundo.  Dão um tempo nas suas atribuições.
Seja para descansar ou viajar, visitar ou receber visitas, fazer festas ou só refletir. Encher a casa, a mesa ou enfeitá-las.  No nosso caso, quase sempre com símbolos que não tem muita relação com nosso clima e cultura. Presépio mesmo, muito raramente se vê um.
Uns trocam mensagens, outros presentes, outros as duas coisas.
Há também quem aproveite para criticar o consumismo, isolar-se por um tempo afim de curtir sua saudade.  Sim, saudade.  De quem não veio ou não virá esse ano, ou de quem não virá nunca mais.
Diferente de quando éramos crianças a esperar pelos primos distantes ou pelo papai noel, que era sempre mais gentil com os outros, os natais de hoje são mais gastos em bebidas e discussões, do que propriamente em abraços e orações.
Cantigas de natal já não se veem muitas.  E o colorido das ruas, quase sempre dá lugar a multidões com sacolas cheias e corações esvaziados.
O que me leva a lembrar que tanto eu, quanto qualquer outra pessoa não podemos fingir que a época em si é igual pra todos, ou achar que desperta em todos os mesmos sentimentos.
Pra mim, em especial, essa época do ano sempre foi inesquecível. Claro. Infância normal, cercado de afeto, o que me restava a não ser celebrar as "festas" com alegria infantil?
Velhos jingles natalinos ainda ressoam na memória até hoje, como a musiquinha do "Quero ver, você não chorar..."
Mas pra outros é também momento de depressão pesada, abandono e dor.  Principalmente para aqueles que justamente nessa época relembram tragédias pessoais ocorridas em outros anos nessa data.  Grandes perdas, talvez.
Sem falar nos que não tem lar, ou tem lar desfeito, desarmonioso, famílias rompidas, desestruturadas.  Os que passam todo o ano com necessidades imensas, mas que ficam praticamente indisfarçadas agora em que fogos e música alta, despertam essa desigualdade de maneira ostensiva.
Justo seria então afirmar que a mesma grande energia que gira para um lado, divide espaço no tempo com a energia tão intensa quanto, para o lado inverso.  Um gigantesco ying-yang.
Então, repito, as energias ainda estão lá.
E sendo assim, acho conveniente aproveitar dessa imensa vibração que renova pensamentos, gera proposituras de mudança e amolece sentimentos.  Quem sabe, promovendo reconciliações, reaproximações ou mesmo perdão silencioso e distante, que no fundo, tem o mesmo efeito.
Receber essa energia e dar-lhe vazão, ecoa no infinito.  Pode crer.
Se movidos pela fé, a manifestação de tudo isso poderá convergir em paz. Se movidos exclusivamente pela crença no Homem, a energia então se manifestará como força propulsora para grandes mudanças.
E em ambos os casos, a inércia dará lugar a ação. Quiçá, transformadora e dignificante.

domingo, 16 de dezembro de 2018

Torcer? Pra quem mesmo?

Completando 50 anos de sua publicação, o pavoroso AI-5 parece ainda encontrar algum louco simpatizante por aí. Graças a Deus, não conheço nenhum.  E se conhecer, vou fingir que não.
Censura prévia de opiniões, perseguições e prisões liberadas, restrição total de liberdades ao bel-prazer dos opressores, foram apenas alguns dos reflexos do Ato Institucional que solidificou o Golpe Militar acontecido em 1964.
Claro que a falta de leitura e informação mais apurada, faz com que nem todos conheçam as implicações desse episódio nas vidas das pessoas e mesmo no desenvolvimento do Brasil de então.
Mas esperava-se que, com o passar do tempo, um censo crítico fosse brotar das massas a não aceitar a repetição de fatos semelhantes.  Teria um certo grupo de pessoas involuído?
Repetindo os mesmos discursos de outrora: corrupção, ameaça vermelha etc. os simpatizantes do autoritarismo ressurgiram.  Parece que não aprenderam nada com as eras de Vargas, Jânio, Collor e agora Bolsonaro.  Não foi preciso nem criar um novo modelo de manipulação, bastando repetir os mesmos chavões da moral (família, tradição e propriedade).
Eita nós.  Que falta faz uns dez minutos por dia de boa leitura, né?
Bom.  O fato é que hoje assistimos a uma montagem de poder bastante próxima a daqueles tempos idos. Com militares em todas as esferas de poder, temos uma configuração "de fato" respaldada, até o momento, pela "democrática" escolha via voto.
Mesmo assim, discursos relembram momentos que deveriam permanecer no limbo da história, como os que pregam a perseguição ao comunismo e às tendências esquerdistas, como se representassem ameaça.
Só que pra piorar, temos um governo que nem posse tomou e já mostra uma série de contradições.  Ministros envolvidos em denúncias, membros da família do presidente eleito com suspeita de alimentar assessores fantasmas e receber devolução de salários, salvo a apresentação de um patrimônio de 6 milhões pra quem tem vivido apenas de política.
Não bastasse, a escandalosa nomeação para ministro do indivíduo (Moro) que podou o maior concorrente e preferido nas pesquisas de intensão de votos (Lula), praticamente garantindo a eleição do presidente (Bolsonaro).
Com propostas que prometiam governar com autonomia, o presidente eleito teve nomes barrados e outros forçados pelas bancadas da bala, da bíblia e do boi.  Tendo com isso de absorver pessoas que divergem totalmente do que seria uma "nova visão" para governar.
Partidos notoriamente envolvidos em escândalos, já tem seus "lotes" reservados na composição do governo e MDB e PSDB, artífices do impeachment, apoiadores de Temer, já completam a "mão" nesse jogo de cartas sempre marcadas.
Conhecidos meus que, de certa forma, defenderam a eleição de Bolsonaro com todas as forças, acusando-me de petralha, possuidor de bandido de estimação e outras besteiras mais, hoje estão silentes e envergonhados. Afinal, nem eles supunham que, em tão pouco tempo, já se manifestassem tantas incoerências.
Mas o ódio ainda se mantém.  Os que restaram fiéis à sua defesa, agora acusam quem critica ou cobra postura menos incorreta dos eleitos, de não torcer pelo Brasil.  Como se torcida fosse suficiente.  Ao torcer contra ou a favor, não mudamos nada, ao passo que ao eleger alteramos a vida de todos e foi o que fizeram.
Sim a economia deu uma reativada.  Mas isso não tem nada a ver com Temer, Bolsonaro, Dilma ou qualquer outro.  Os estudantes da matéria conhecem os ciclos e as tendências.  Sem descartar é claro, a força da influência sobre a credibilidade do país e o vigor dos salários na economia.
Fim de ministérios, fusões de outros e mesmo a nomeação de figuras altamente desprovidas de competência como o caso de uns 3 ou 4, não serão tão prejudiciais como será a manutenção da política de privatizações e entreguismo promovida por Temer e que se encontra privilegiada nos planos do "guru" de Bolsonaro.
Viveremos sim anos de trevas na educação, nos avanços tecnológicos, na promoção de emprego e outros índices.  Quem sabe com isso, fazendo a população acordar, depois, para uma nova visão de politica.
Se sobrevivermos a tudo isso, pode ser que em 20 anos recuperemos os estragos. Mas ainda restam os riscos da passagem de Nibiru e da Terceira Guerra eclodir.  Catástrofes só não tão possíveis quanto o iminente flagelo da Terra via aumento da temperatura e outras desgraças que o "novo" governo parece não crer possíveis.
Sei lá.  Quando se fala em fim dos tempos... Brasil parece estar fazendo uma forcinha extra.


quarta-feira, 7 de novembro de 2018

O amor se alegra com a verdade.


Difícil conceber um texto tão lindo, sobre o amor, quanto é a Carta de São Paulo aos Corintios.
"Ainda que eu fale as línguas dos homens e dos anjos, se não tiver amor, serei como o sino que ressoa ou como o prato que retine". É assim que começa o apóstolo.
Depois prossegue:
"Ainda que eu tenha o dom de profecia e saiba todos os mistérios e todo o conhecimento e tenha uma fé capaz de mover montanhas, se não tiver amor, nada serei".
Mas o lindo mesmo, vem quando ele explica o amor.
"O amor é paciente, o amor é bondoso.  Não inveja, não se vangloria e não se orgulha.  Não maltrata, não procura seus interesses, não se ira facilmente, não guarda rancor.  O AMOR NÃO SE ALEGRA COM A INJUSTIÇA, MAS SE ALEGRA COM A VERDADE."
Eu acho isso maravilhoso.  Mas claro, muito melhor quando praticado. Haverá na Terra filhos ou filhas de mulher que porventura não concordem com isso?
Então resta nos perguntarmos se quem não se compraz com a alegria do próximo, tem amor.  Ou se quem se incomoda com a partilha é capaz de amar. Amar desmedidamente e a toda criatura.
Ama quem persegue, quem ameaça, quem segrega, quem ofende, quem agride?
Tem amor aquele que não se dói ao ver, pelas ruas, os sem teto, sem emprego, descamisados e entorpecidos?
Pode dizer que ama de verdade quem anseia por um revolver ou pela vingança, mais que pela paz e o perdão?
Gosto de pensar que o amor precisa ser integral, ou não é amor.
Fico sempre apostando que há muito mais gente boa, do que ruim nesse planeta. Pessoas que querem o bem incondicionalmente a todo semelhante.
Estarei certo?  Afinal é grande o número dos que não o demonstram.
Vez ou outra me deparo com frases maldosas e defesas cruéis.  Aliás vimos muito isso e recentemente.
Ainda hoje ouvi alguém questionando o por quê de famílias de presidiários receberem um determinado recurso, enquanto o condenado cumpre pena.
Mesmo explicando que o valor é oriundo do INSS recolhido pelo próprio condenado, quando ainda em liberdade, não consegui amenizar.  Informei que essa regra foi criada para que a família do preso não passe necessidade diante da falta do mantenedor da casa, uma vez que cônjuge e filhos não tem qualquer culpa pelo crime cometido. Não adiantou. "Não é certo".  Bradou.
Por que isso incomoda tanto se os recursos não saem dos bolsos de ninguém, mas são provenientes do próprio recolhimento daquele indivíduo? Falta de amor?
Pois não ouvimos o mesmo, tantas vezes, com relação ao Bolsa Família?  "Vagabundos, acomodados, preguiçosos", reclamam dos beneficiários do programa.  Mas quem disse?  De onde vem as bases para esse julgamento preconceituoso e desprovido de caridade?  Se por ventura um ou outro se aproveita de falhas do sistema para o burlar, ou se beneficiar de um direito que não tem, por outro lado a grande maioria é altamente ajudada.  Socorrida.  Acaso devemos "jogar a criança junto com a água do banho"?  É concreto pois acabar com o socorro de muitos, pelo erro ou abuso de poucos?
O sensato seria estar feliz por não precisar desse auxilio, ao invés de odiar quem o recebe.
Poxa.  Se o amor não maltrata, não se ira facilmente, não guarda rancor, como explicar o ódio de quem defende que bandido bom é bandido morto?  Ou fala que ser gay é falta de surra?
"O amor tudo sofre, tudo crê, tudo espera e tudo suporta.  Nunca perece, mas as profecias desaparecerão, as línguas cessarão, o conhecimento passará.  O amor permanecerá".  Afirma ainda São Paulo.
Amar muito é querer que as pessoas saiam da penumbra e do atraso.  Que possam frequentar boas escolas, hospitais, restaurantes, passear e visitar os seus queridos.  E até isso parece deixar alguns irritados.  Há gente que se declara, publicamente, inconformada porque alguns podem usufruir dessas coisas que pra si, são corriqueiras, mas para eles mordomia, exagero.
Mas por que a indignação, se nada lhes é tirado para que o outro  tenha tais condições?
Um clássico exemplo é aquele que discorda da política de cotas nas universidades para os negros.
Não compreendem que igualdade não é que todos possam prestar uma prova, mas que possam ter como passar e isso não acontecerá se uns, nascidos bem, puderem descansar, se alimentar melhor, estudar nos bons colégios, enquanto outros precisarem trabalhar incansavelmente, sem intervalo e sem um bom preparo. Será uma luta sempre desigual.  Desleal.
As cotas visam amenizar o impacto de dívidas contraídas por um passado escravocrata insano que deixou maculadas diversas gerações.
Diante disso reflito que não há respaldo para essas reações em algum dos parágrafos escritos ao povo de Corinto pelo convertido de Cristo, aliás derrubado do cavalo a caminho de Damasco por perseguir os amados por Jesus.
Por certo que não.
Então quando alguém acha incompatível, com a fé Cristã, o discurso de ódio e a pregação de intolerância, não está falando por falar. Não está pegando no pé.  Não está fazendo simplesmente a defesa do contraditório. É que dói no justo saber que há mais imóveis sem moradores, do que pessoas sem um teto.  Que alguns tem uma orientação sexual diferente, quase sempre pessoas sensíveis e dóceis, mas que são desprezados pela própria família que não sabe lidar com diferenças.
Cala fundo entender que tantos abandonaram os campos para viver na cidade, enquanto há tantos que sabem cultivar a terra e estão apenas esperando seu quinhão, para trabalhar e lavrar, tirando dali tudo o que puderem para se alimentar e alimentar o povo.
São terras devolutas, improdutivas, desapropriadas pelo governo em troca de uma boa quantia indenizatória aos atuais proprietários.  Por que a ideia disso deixa alguns tão apavorados ao ponto de falarem o que não sabem, chamando a esses trabalhadores de facção criminosa e terroristas?
E há tanto mais.
O desterro de populações indígenas, o desmatamento desmedido dos bosques e florestas, o desaparecimento de espécies animais e outras atrocidades naturais, são coisas que por certo ninguém, no mundo inteiro, em sã consciência, plenificado de amor, seria capaz de fazer, aceitar ou menos ainda, defender, como vimos recentemente na campanha eleitoral.
Pois é.  Nenhum amor moveu essa gente.
Mas eu creio em Paulo.  O amor prevalecerá, mesmo que tudo desapareça.
E assim creio no crescimento d'alma que é a única coisa capaz de retirar das pessoas as vendas colocadas pela falácia rancorosa que ilude e promete o novo, enquanto entrega o velho, o vencido.
Espero por essa luz e vou vê-la brilhar.
Até porque na continuação dessa mesma poderosa epístola, existe um instante reparador e cheio de alento, que nos promete.
"Quando era criança, pensava como criança, agia como criança e falava como criança. Mas quando me tornei adulto, deixei pra trás as coisas de criança.  Agora vejo um reflexo obscuro, mas então verei face a face. Agora conheço em parte, mas conhecerei a verdade plenamente".
Esse dia, de enxergar a verdade, o da tomada de consciência, por certo chegará e quando isso acontecer, todo o mal será reparado e todo erro será acertado pelo amor.
E finda o mensageiro bíblico:
"Permanecem pois três grandes virtudes: a fé, a esperança e o amor.  Porém a maior delas é o amor".

domingo, 4 de novembro de 2018

Café com os pais.

Caroline, minha mulher, fez falta em um encontro recente em casa de meus pais.  Gosto de ouvir a  defesa de suas opiniões e creio que meus pais também teriam se deleitado.
Em um cafezinho com eles no último sábado, vivemos discussões importantes e de altíssimo nível.  Momentos de lágrimas e até de sonhos revelados fizeram da tarde, em meio ao jardim florido de minha mãe,  agradável e instrutiva.
Tudo por conta da ressaca eleitoral vivida após o pleito que levou à presidência do país um candidato da extrema direita e consagrou, mais uma vez, o tucanato no governo de São Paulo.
Meus pais são lutadores inveterados na vida.  Batalharam como empresários e exerceram atividades honrosas pra mim durante toda minha infância e juventude.
De escola de música a confecção, de vendas no porta-a-porta até me legar uma profissão que exerço até hoje com certo êxito.
Professora de música, minha mãe agora, após sua aposentadoria, cuida de algumas confecções encomendadas por empresas (uniformes) e faz seu artesanato com um talento ímpar.
Vendedor de livros e corretor de seguros, meu pai agora escreve enquanto ajuda minha mãe nessa atividade extra do pós aposentadoria. Contos e poesias tomam um pedacinho do seu dia, escrevinhando para a posteridade num estilo romântico que celebra parte de suas memórias.
No entanto, entre uma coisa e outra, ambos foram professores.  E como tal, vivenciaram os graves problemas da educação brasileira que vão desde as escolas rurais com alunos extremamente pobres e classes partilhadas até as salas de aula abarrotadas dos últimos tempos e a crescente indisciplina dos alunos.  E nunca os culparam, entendendo que a educação não evoluiu para abarcar os sonhos e necessidades das novas gerações.
Sempre, no entanto, viveram o abandono dos governos que preferiam outros setores em que investir, deixando de lado o que seria a base da sociedade brasileira.  Mesmo quando se cantava o Hino Nacional e se ministrava Educação Moral e Cívica, as escolas eram relegadas a segundo (ou terceiro) plano.
Professores mal remunerados, principalmente no Estado de São Paulo, tinham que conviver com escolas deficientes em suas instalações e a precariedade generalizada no ambiente que não incentivou a atualização de métodos de ensino e dos próprios agentes da educação.
Meus pais, até por isso, são pra mim um baluarte no tocante a exemplo de vida em todos os sentidos.
Meu irmão, também educado por eles, formou-se e doutorou-se sendo hoje professor universitário em uma universidade pública não menos dependente do Estado em que está.  E com ele também tenho discussões privilegiadas sobre esse e outros temas. Também com sua mulher, igualmente professora e mestra.
Mas o que fez da tarde de sábado tão diferente foi uma profunda análise de nossa vida pessoal, aliada ao que seria o cotidiano dos demais brasileiros.  O que fez com que amigos e familiares próximos, de aparente proximidade cultural e ideológica, de repente se postarem tão distantes nesse momento no que tange a opinião e avaliação dos fatos?
Discutimos, por exemplo, sobre a força da internet.  Sua abrangência ilimitada e seu acesso, quase que universal, em todas as camadas da sociedade.  O que poderia servir como um grande apoio e limitador da má imprensa que por várias vezes teve lado e definiu opiniões, acabou sendo utilizado com critérios semelhantes e serviu a propósitos demasiadamente obscuros.
Pra se ter uma ideia, recebi novamente a foto da faculdade de Piracicaba, Luiz de Queiroz, como sendo a sede da enorme fazenda de Lulinha e sua infinidade de cabeças de gado.  Já desmentida em 2014, após inclusive as investigações da Polícia Federal que nada encontrou de errado nos filhos do ex-presidente, a postagem falsa ainda mantém pessoas espumando de ódio incontido.  E olha que o pleito terminou e Lula nem estava na disputa. Continua inclusive preso enquanto tantos outros vorazes consumidores de propina estão soltos e até concorreram e venceram.
Ninguém também parece se preocupar com o crescimento vertiginoso do patrimônio,  esse sim comprovado, dos filhos do presidente recém eleito.
Mas isso só evidencia que há uma forte tendência de que as forças continuarão sendo aplicadas para que não haja reações ou resistência dos derrotados ao que está posto.
Quando falamos sobre leitura, nos chamam de arrogantes.  O fato é que na família, gostamos bastante de ler.  Ainda somos apaixonados pelo cheiro da tinta e da cola, o que faz de nós consumidores de livros de papel.  Isso talvez faça sim diferença perante as nossas opiniões e as daqueles que se baseiam apenas em postagens de internet ou naquilo que as tradicionais revistas e jornais de TV apresentaram durante anos.
É pode-se discordar, mas se alguém acompanhou a trajetória de Assis Chateaubriand e seus Diários Associados, sabe o quanto a comunicação fez estragos por esse país. Que o diga o velho Cidadão Kane. Recentemente foi possível também acompanhar a queda de braço entre o jornal argentino Clarin e a então presidente do país Cristina Kirchner.
Jornais e revistas, canais de rádio e TV, empossaram e derrubaram governantes em várias partes do mundo sempre que quiseram.
Por isso afirmei que a internet poderia ser um antídoto.  Mas ao mesmo tempo, a facilidade com que penetra os ambientes e a liberdade com que produz material, tem feito com que ícones e algoritmos encontrem a pessoa certa para "comprar" a sua verdade e difundi-la em seu meio.
Se hoje consulto uma passagem aérea para o Peru, receberei notícias (sem pedir) de passeios pelo Peru, restaurantes e hotéis daquele país.  De igual modo, conforme posto minhas opiniões, abro espaço e caminho para que outras opiniões semelhantes ou mesmo notícias falsas que contemplem meu pensamento, cheguem até mim recheados de argumentos.
Mesmo meus pais, oriundos de outra geração, são capazes de compreender isso, o que muitos jovens e pessoas talvez mais instruídas, não o foram.  Assimilam aquela imagem e mensagem e se colocam a difundi-la com grande apetite.
Amigos e familiares afrontam nosso bom senso com mensagens e notícias sem fundamento as quais afirmam por verdade, ao ponto de nos taxarem de "inocentes" ou até "burros", como aliás, ocorreu várias vezes durante esse processo eleitoral.
E não adianta tentar desmentir.  Como no caso da Lei Rouanet e seus claros benefícios, transformada em "roubo" pelos incautos.  Também e tão desmentido, o famoso kit gay (que não existiu) atribuído a Haddad. Eles realmente creem nisso e debatem com solidez inesperada, visto que jamais se detiveram a discutir política, economia ou educação em outros "carnavais".  Quantas vezes ouvi nos churrascos de domingo que política não se discutia?  E por parte desses mesmos comentaristas de "tradicional" entendimento do tema.
Por conta dessa luta inglória em prol da verdade, minha mãe pediu com o carinho e preocupação peculiares, ao que foi acompanhada sonoramente por meu pai, que eu deixasse de lado esse tipo de confronto e me detivesse a trabalhar e tocar minha empresa.
Eles avaliam que não vale o desgaste se ninguém quer ouvir ou dar atenção.  E que esse embate poderia prejudicar o andamento de meus negócios e até, quem sabe, a minha segurança.
Não estão de todo errados.  Minha mulher, que assumiu seu lado de forma escancarada, já sofreu na própria pele o desligamento de pessoas queridas por conta de discussões mais acaloradas.  Recentemente, inclusive, foi cobrada por um amigo de uma negociação não efetivada revelando que o embate político faz aflorar questões adormecidas.  Sem falar no fato de que temos, eu e ela, a impressão de não sermos tão bem quistos assim em alguns ambientes. "Vitimismo" de esquerda, quem sabe.
Mas há uma série de coisas a se ponderar aqui e preciso elencar cada uma delas.
Primeiro, essa eleição servirá para que os militantes políticos de todo o mundo, avaliem suas posturas, material de trabalho e capacidade de organizar as ideias e projetos. Por toda a parte, sobretudo após o efeito Trump, as eleições serão diferentes. Depois, ela vem mostrar que há sim, no país, uma casta que concorda em boa parte com o discurso vencedor que extrai alguns ranços que sempre estiveram presentes no caráter e personalidade das pessoas.  Ninguém se tornou racista, homofóbico, autoritário e favorável à pena de morte da noite para o dia.  Isso tudo estava ali como anseio profundo e "oculto" de boa parte da população (não maioria como ficou evidenciado pelas urnas).  Terceiro, os resultados demonstram ainda um governo que estará em disputa interna e que desfrutará de um possível despertar de seus apoiadores ao menor deslize.
Por exemplo, nomeações serão acompanhadas com lupa e os integrantes do governo serão cobrados de sua lisura.  Do contrário cairá por terra o discurso da limpeza e do novo que já não se sustenta ao eleger um deputado de quase 30 anos de atuação parlamentar. Demora, mas a ficha cai.
O fim de alguns ministérios já anunciados, também desmantelam grupos de apoiadores intimamente ligados. Como exemplo esportistas, artistas e ambientalistas que assistiram, em menos de uma semana, a perda de suas pastas especiais, começarão a questionar onde vão parar.  O próprio caso de Moro que prendeu o principal oponente e abalou-se nas férias para negar-lhe um hábeas corpus e agora é premiado com o convite, poem na cabeça de juristas e outros formadores de opinião mais sérios a pulga atrás da orelha quanto ao possível conchavo anterior, que tendo ou não existido, abrirá um ramal de incerteza.
Tudo isso sem falar que esse governo será tão vítima das notícias de internet quanto foram seus concorrentes na eleição.  Já circulam vídeos sobre uma possível farsa da facada e os desencontros de seu vice nas falas públicas.  E contra isso, fica difícil demais lutar, como nós mesmos sentimos na pele.
Então no momento, debater, falar e militar não pode e não deve colocar ninguém em situação de risco, seja risco real à segurança, seja em risco de credibilidade.  Como eu disse, até agora é um governo ainda em disputa.
Numa república, eles precisarão conversar com Congresso e com os tribunais e até ontem, pelo menos, o tato para lidar com isso não era dos melhores.
Meus parceiros mercantis tem ou devem ter a maturidade de ver em mim alguém com pensamento crítico e que portanto, pensando ou não diferente deles, não se submete aos arranjos possíveis, seja lá de qualquer esfera pública, para o bem estar do negócio que é sólido por si só, independente de quem governe a prefeitura, o estado ou o país.
De igual modo, parentes e amigos devem ser solidários e compreensíveis ao jus esperniandi de quem debate à exaustão na defesa de seu ponto de vista, aparentemente derrubado pela votação do último domingo, mas passivo de autocrítica e até de reafirmação, se for o caso.
Claro que há, de ambos os lados, destemperados de toda sorte que não devem ser levados em conta, pois esses no afã de verem suas convicções se firmarem, não porão sob qualquer "peneira" o vigor de seus ataques.  Isso conduz ao erro, ao engano e não logra êxito.
Então é claro que continuarei a trabalhar normalmente, pois como empresário corro até o risco de ser beneficiado pelas leis fiscais e trabalhistas a serem modificadas pelo próximo governo.  Mas também é claro que continuarei a questionar o meu país, meus governantes e quem quer que seja, no entendimento de situações que possam impactar na vida das futuras gerações nas quais estão inclusas a minha descendência.
Ressalto também que não há como dizer-se cristão sem ter agredidos os principais preceitos dessa vocação.  A paz, a fraternidade, a igualdade, a justiça e o respeito as minorias são corolários da fé em Cristo.
As sombras de guerras ou conflitos armados, de uma ditadura de proporções subterrâneas, são apavorantes em nossa memória, ao certo pelo nosso curto espaço de tempo na vida democrática.  Mas também isso dependerá muito de um cenário propício que a unidade internacional possa permitir.
De tradição pacífica e cordial, o Brasil agrega defensores em todas as escalas do planeta.
E claro, não há nenhuma infantilidade aqui.  Sabemos de tudo o que é possível.  Sei inclusive que o que se fala e se escreve, numa tarde de café em casa dos pais, não passa desapercebido por ninguém, nem pelos vizinhos.  E realmente aposto nisso, pois afinal de contas, estar ou tentar estar no lado certo da história é que no final fará toda a diferença.
E eu, longe de ser um ativista, um guerrilheiro ou um ávido combatente, ainda lido com meus conflitos internos e minhas contradições pessoais sendo ao mesmo tempo um filiado na esquerda e proprietário de meio de produção.
Haja sanidade.




terça-feira, 23 de outubro de 2018

Autocrítica - Vale tudo?

Não conheço a autoria desse texto.
Recebi num grupo de WhatsApp. 
Resolvi compartilhar, apesar do tamanho, por acreditar que, de algum modo, ele possa contribuir na reflexão e autocrítica de alguns que sequer sabem os motivos pelos quais estão comprando determinada briga.

"Boa tarde. É o senhor Gilberto?"

"Sim, sou eu mesmo."

"Ótimo. Deixa eu só checar mais uns dados, por favor... Aqui no nosso cadastro diz que você não aceita o PT de jeito nenhum, certo?"

"Isso mesmo. De jeito nenhum."

"Acredita que qualquer coisa é melhor que a volta do PT, confere? Aceita qualquer coisa."

"Exatamente. Qualquer coisa."

"Obrigado pelas informações. O motivo da nossa visita é muito simples: você foi premiado com uma oportunidade única, para acabar com o PT!"

"Caramba! Que maravilha! Eu?"

"Sim! Está em suas mãos. Basta assinar esse contrato e o PT vai sumir da face da terra, para todo o sempre!"

"Nossa, assim? Feito mágica? Só depende de mim?"

"Não é mágica - nós temos nossos métodos. Mas sim, só depende de você. Basta assinar."

"É pra já! Deixa eu só dar uma lida aqui... nacionalidade, cpf, aham, profissão... Tudo certo... Espera aí: aqui está dizendo que eu preciso entregar um dos meus filhos pra vocês... Para que eles sejam torturados."

"É a contrapartida."

"Contrapartida? Isso não é contrapartida! Está falando em tortura!"

"Sim, mas, segundo nosso cadastro, você não acha tortura uma coisa tão grave assim, concorda? E só para deixar claro, já que você também disse certa vez que 'corrupção é um tipo de tortura social etc...' e que 'tortura é ter de lidar com a burocracia do governo', aqui nós estamos falando no sentido clássico, tá? Quebrar ossos, dar choque... Acho que ali nas letras miúdas está descrevendo tudo que a gente vai fazer. Quase tudo, na verdade - nosso funcionário tem liberdade criativa."

"Mas são meus filhos!"

"Bom, mas esse não pode ser um critério, concorda? Todo torturado vai ser filho de alguém. Sempre vai ter uma mãe ou um pai desesperado. Se a gente for se prender a isso, não dá para torturar ninguém."

"Mas quando eu escrevi sobre tortura, eu estava falando de pessoas que MERECERAM! A gente não fez nada para merecer isso."

"Se esse é o problema, nós podemos resolver facilmente. Faço um levantamento das suas multas de trânsito, transação sem nota fiscal, casos extraconjugais, carteirinha de estudante falsa pra pagar meia, gato de TV a cabo... Temos aqui uma foto sua com camiseta vermelha, por exemplo."

"E desde quando usar vermelho é motivo para perseguir alguém?"

"Já temos precedentes nesse sentido. Em todo caso, pra falar abertamente aqui, a gente nem precisa de nada disso, basta dizer que alguém é suspeito. Então não se preocupe com essas burocracias, a gente consegue apresentar várias justificativas."

"Esquece. Eu não vou assinar isso."

"Você pode encarar isso como um pequeno sacrifício pessoal em nome de um bem maior, que é o fim do PT. E são só seis meses. Depois a gente devolve, vocês superam..."

"Isso é loucura. Cai fora daqui!"

"Então você não quer aproveitar essa oportunidade... Ok. Só preciso colocar uma explicação aqui na ficha do prêmio. Devo dizer, então, que na verdade você é petista?"

"Não! Eu não sou petista!"

"Então estou confuso... Você aceita ou não qualquer coisa pra acabar com o PT?"

"Eu não vou aceitar que machuquem minha família em nome dessa raiva contra o PT!"

(e é só isso que esse conto está tentando dizer: nós não aceitamos que ninguém de nossas ou das suas famílias seja perseguido, ameaçado, atacado e tenha sua vida colocada em risco em nome dessa raiva contra o PT)

"Nesse caso, sinto muito por tomar seu tempo. Nós vamos procurar outra pessoa que esteja disposta a aproveitar essa oportunidade."

"Vai lá! Eu DUVIDO que você vá encontrar alguém que coloque seu próprio filho na mão de um torturador só porque não quer a volta do PT."

"Tem razão... Já observamos isso. Essa era nossa última tentativa nesse modelo. Pro próximo, nós vamos mudar a pergunta. Vamos dizer que ele pode acabar com o PT se ele assinar o contrato mandando os filhos de outra pessoa pra tortura. Assim fica mais tranquilo, né? Quando é o filho dos outros que é agredido, ninguém se incomoda... Então tá: eu vou falar com o próximo candidato ao prêmio e daqui a pouco eu volto aqui."

"Volta aqui pra que?"

"Pra buscar os seus filhos."

"Como assim?"

"Acabo de explicar: vamos perguntar a outra pessoa se..."

"Chega! Isso é errado!"

"Certo, errado... É tudo uma questão de opinião, né? Muita gente considera certo o que estamos fazendo."

"Sai daqui de uma vez e não volte nunca! Vocês não tem esse direito!"

"Direitos? Agora você se importa com direitos?"

terça-feira, 16 de outubro de 2018

Maçonaria e Eleições


A tenra idade ao conhecer alguns mistérios me proporcionou trafegar lá e cá e por conta disso, investir muito na busca incessante por informações que, por não serem totalmente científicas, podem conotar fruto de mera especulação, próprio da juventude.
O fato é que realmente “ há mais mistérios entre o céu e a terra do que a vã filosofia dos homens possa imaginar” como afirmou Shakespeare.
Nesse clima, fui levado aos 19 anos a invadir um mundo novo e fascinante, pelo menos para mim, que então era simplesmente um adolescente crescido.  Fui iniciado na Ordem Rosacruz em 1988 e logo em seguida, cerca de um ano depois, na Maçonaria, que abandonei há 15 anos.
O que me atraiu na primeira irmandade foram os estudos esotéricos, a força dos símbolos e a busca a que me propunha naquela fase.  Já na maçonaria, o que me atraiu foi o pensamento libertário que me parecia, na oportunidade, bastante concreto.
O apoio à Revolução Francesa e a outros levantes históricos, sempre foram atribuídos a essa agremiação de homens “livres e de bons costumes”.  E comprei essa versão.
Claro que não tive a oportunidade de vê-la atuando em questões de tamanha grandeza, em nossos tempos atuais.  Afinal, a abolição dos escravos e a Inconfidência Mineira já não estão mais na pauta.  No máximo, abundaram os serviços de assistência e socorro a flagelados, recuperação e manutenção de instituições locais, o que demonstra que a caridade tem sido praticada com afinco e determinação.
Mas há algo que sempre me encantou nos templos.  O espírito de unidade, que embora primasse pela conduta fraterna, nunca foi maior do que a liberdade de manifestação concedida a seus membros.  Eu mesmo jamais deixei de abusar da oportunidade de falar e refletir em voz alta.
No entanto, a exemplo do que se configura hoje na sociedade em geral, sinto maçons envergonhados ou tímidos em relação à sua postura por compreenderem que a manifestação de suas opiniões publicamente possa acarretar-lhes problemas de convivência e julgamentos de conduta.
Ora, mas não é liberdade um dos pressupostos fundamentais da condição de ser maçom?
E não é justamente o ato de filosofar que deveria encantar o iniciado?
Não há liberdade e menos ainda filosofia com ideias predefinidas.  O maçom tem um compromisso pessoal com seu próprio espírito, qual seja o de promove-lo pela busca incessante de conhecimentos e ampliação de sua consciência.
Não há que se falar em posição fechada em nome da “ordem” maçônica.  Não há partidos ou candidatos, bandeiras ou hinos que estejam acima do livre pensamento, da pátria (onde convivem os diferentes) e da convicção de que o Homem é senhor de si mesmo.
Negar isso é pressupor que a consonância é factível o que destrói, por si só, qualquer conceito de filosofia ou busca da verdade, colunas mestras do mundo maçônico.
Não há uma só corrente ideológica entre os “irmãos” e desejar isso, combatendo a diversidade de pensamentos, não é praticar os corolários de uma das mais antigas irmandades presentes no planeta.
Hoje estou de fora dos portões e muros das lojas, mas não se apagou a chama que brotou na minha cerimônia de iniciação, o que ainda me permite dirigir-lhes essa fala.  E fico a lamentar, caso algum “pedreiro livre” não perceba, que defender uma única posição nesse cenário político atual é justamente desproteger o que tem mantido vivas as suas oficinas.

domingo, 7 de outubro de 2018

E o vencedor foi...

Acabou o primeiro turno das eleições.

Pronto!

Houve um candidato a presidente que ficou bem na frente em número de votos. Mas não houve vencedores nessa nossa pátria brasileira.

Depois de tanto batalharmos pelo direito ao voto, por uma constituição cidadã, hoje milhões de brasileiros optaram pelo discurso pró ditadura.  Em favor da tortura.  Pela liberação de armas para as pessoas ditas de bem. Em favor da redução da maioridade penal e vai saber mais que outras defesas contrárias à vida. Optaram por um discurso que "faz piadas" com a cor da pele e com a filha nascida mulher. Um candidato a presidente cujo vice deixou escapar, por mais de uma vez, os planos contrários a certos direitos trabalhistas. Nunca guardaram segredo disso, desde o início da campanha.  Quem não lembra do discurso sobre a opção que o trabalhador teria que fazer do "emprego sem direitos, ou direitos sem emprego"?

Nossos compatriotas afirmaram que escolheram o novo, mas que não é novo.  Que está na Câmara dos Deputados há quase 30 anos.  Que só tem dois ou três projetos irrelevantes aprovados e nenhum para melhorar a segurança, maior problema do seu Estado.

Escolheram o que afirmam não ser corrupto, mas que usufrui auxilio moradia tendo imóveis e empregou funcionária fantasma.  Se vale dos altos benefícios de Deputado e já afirmou em público e em plena campanha que não abre mão dos mesmos.

Seriedade?  Comportamento reto? Hoje vimos um festival de "fake news" nas redes sociais durante todo o dia de eleições. Coisas inacreditáveis inventadas ou manipuladas contra os principais concorrentes.  Imitação de artistas, religiosos e líderes, prometendo apoio falso.  Cenas produzidas ou espalhadas por todo lado, mostrando fraudes que não aconteceram.  Uma ação muito bem orquestrada ao estilo Trump e que enganou várias pessoas que conheço.  Gente que ao receber multiplicou sem questionar nas redes sociais e enviaram, inclusive pra mim, afim de me alertar em quem eu estaria votando.  Quis argumentar, dizer que eram falsas, mas diante da aflição desses eleitores convictos, melhor deixar quieto.  E deixei.  A mentira é responsabilidade de quem a produziu e de quem nela acreditou.

No final a votação se deu com calma e aparente mansidão.  Pelo menos até onde sei.

Por aqui, o dia todo choveu, esfriou e escureceu. Não foi por menos.  A cidade, reacionária de sempre, votou em candidatos que não tem nada a ver com nossa realidade local, desprezando candidaturas da região. Já tinha acordado pensando que seria um dia mesmo triste. Não nasci ontem e jamais me decepcionei em política.  Só se decepciona quem espera o improvável.

Esperei silente as primeiras urnas serem abertas.  Esperanças?  Não muitas.  Mas ainda consegui ficar feliz com alguns resultados.  Alguns sepultamentos eleitorais de gente imprestável.  Os Sarney, o Jucá, o Malta, o Scaf, as baixas do PSDB como um todo e me conformei com outros resultados mesmo que inesperadamente ruins, como o Suplicy, a Dilma e alguns companheiros preciosos da luta.
Definidos os presidenciáveis para o próximo turno, bora esperar os seus pronunciamentos.  Ouvi meu candidato sem muita euforia.

Do outro, esperei ouvir algo diferente, motivador, meio que a me desarmar.  Quem sabe uma falinha que me deixasse minimamente pensativo, como que a justificar a escolha de tantos.  Mas veio o pronunciamento do cara e ao contrário de quem deveria agradecer com humildade aos seus eleitores pelos votos recebidos, o cidadão encontrou forças pra acusar  que não ganhou no primeiro turno porque houve fraude.

Fraude que não houve nos outros pleitos que ganhou?  Fraude no processo que deu ao seu filho a maior votação para o cargo que disputou?  Fraude que quase deixou o segundo colocado fora da disputa?  Fraude que não elegeu seus governadores nos estados que concorreram?  Será que não vai perder a manha de querer achar culpados sempre?  Vai ser assim o seu mandato?  Caçando bruxas que não existem?  E o pior são os eleitores fazendo coro.  Mostrando imagens mentirosas de urnas supostamente adulteradas.

Eita.  Sabe aquele ditado popular que diz que do limão se pode extrair uma limonada?  Pois é... Não foi dessa vez.  Sua fala foi pra mim como o suco ácido, engolido a seco.  Sem água, sem gelo e sem açúcar.

Pensei comigo.  Não meu caro.  Deixa eu te dizer.  Não houve fraude.  Dezenas de pessoas que conheço não votaram em você. Não votariam jamais.  São pessoas que, contra ou a favor do PT, do Ciro, são a favor das liberdades, do "amar ao próximo como a si mesmo". A favor da democracia, da igualdade e da tolerância. São pessoas mansas, nada rancorosas.

Sim, pessoas que não votaram nele, mesmo aqui na minha cidade onde seus votos somaram mais de 60%.

Contudo, não dá pra tapar o sol com peneiras.  Diante de vários candidatos e diversos projetos, nosso povo, nossa gente, optou mesmo pelo dele. Por esse conteúdo. Ora, então eu preciso entender. engolir resignadamente. Democracia tem dessas coisas.  Aceitar derrotas é uma virtude para quem foi vencido em uma batalha.

Que Deus me dê forças e pronto.  Vida que segue.

Só que sou do tipo que não consegue fingir. Me assusta um pouco tudo em torno dele.

Tenho em casa o livro Mein Kampf.  Como apaixonado por política, leio de tudo um pouco.  Foi ali que vi que o nazismo não começou com as câmeras de gás.  Não começou com o holocausto, com a perseguição aos judeus, aos negros.  Começou com o discurso bonito e apaixonante. Contra a corrupção, contra a miséria.  Aqui, o próprio lema da sua campanha repete o slogan alemão. Lá o chamavam "führer" (guia, condutor).  Aqui o chamam de mito.

É apavorante. Como um filme cujo final conhecemos.

Quem nunca se abalou ao ver as cenas dos campos de concentração, as atrocidades da Segunda Guerra, a história da Alemanha? Quem nunca ficou de coração partido ao ver como foram tratados os contrários ao Reich?

Sempre que vejo isso nos filmes, fico imaginando como se chegou naquele cenário.  Quem teria permitido aquilo?

E então, hoje olho para o lado e vejo vizinhos, colegas de trabalho e mesmo familiares pavimentando a estrada, exatamente, para que aquilo tudo seja possível também aqui, algum dia.

Me resta orar.  Lutar até o último instante com ética, verdade e principalmente amor no coração.

E se depois tudo der errado, torcer ardentemente para que os instrumentos de democracia nacional, que aliás andam meio falhos por aqui, estejam firmes e vigilantes para exercer, caso necessário, sua tarefa de barrar loucuras e desmandos de um alucinado qualquer.

Penso que seus seguidores mais afoitos talvez não consigam aguardar o dia 28.  Temo também pela retaliação ao povo nordestino que votou como acreditava ser melhor pra ele.  Já se veem, como em 2014, agressões nas redes sociais. Povo sofrido que esperou mais de 500 anos pra alguém lembrar que existia e quando esse alguém surgiu, não se demorou.

Por toda parte ouve-se um separatista bradando.  Será que além de voltarmos para os tempos da Segunda Guerra, querem que voltemos para os instantes da Guerra da Secessão? Quem sairá perdendo?  Acho que quem votou em Tiririca, Frota e Kataguiri, Janaina e Mamãe Falei, não devia comentar escolhas.

Não, não vale cobrar que essa gente nordestina seja ingrata.  Eles sabem bem o que passaram por longos anos. Também não vale "bater" no contrário, só porque é contrário.  Se eu tenho que aceitar com resignação, o outro lado não tem?  Vou repetir o que já disse lá em cima.  Democracia tem dessas coisas.

A bem da verdade, meus irmãos, o que eu esperava é que outros cidadãos fizessem o mesmo que os nordestinos. Que o negro que votou hoje, se lembrasse das brincadeiras feitas com sua raça pelo candidato em mais de uma oportunidade.  Que não se esquecesse das oportunidades que não tinha antes da política de cotas, da inclusão.

Que a mulher que votou hoje pensasse que é considerada uma fraquejada e que, segundo defendem os integrantes dessa ala, ela merece menos salário do que um homem, mesmo na mesma função. "Eu não contrataria", disse ele em um programa de TV.  Logo a mulher que demorou tanto tempo para ter direitos "quase" iguais, que ainda não tem.

E o que dizer do LGBT que tem mais raiva do PT e do Ciro do que amor por si mesmo e por sua preferência?

Trabalhador que vota contra si mesmo, eu já tinha visto.  Vejo desde muito tempo.  Sempre há um tanto deles disposto a rifar um pouco mais dos seus direitos em prol do patrão, talvez por conta da síndrome de estocolmo.

Recentemente vimos um empresário obrigando os funcionários a declarar apoio e votar nesse candidato.  Será que os empregados, por toda parte, não entenderam por que ele fez isso?

Sim.  É difícil convencer trabalhador que é trabalhador.  Um falso pertencimento de classes lhe domina.  É o que ele vê nas novelas, filmes e séries.  Sonha tanto estar noutra posição, que se esquece da posição em que realmente se encontra.

Como um velho tio sempre fala.  Eu devia ficar quieto.
Sou branco, homem, hétero, patrão, devia estar tranquilo com tudo isso.  Não sou eu quem deveria estar preocupado.

Mas não dá.  Ser cristão não é pensar só em si.  Sem ser santo ou perfeito, sem pretender qualquer tipo de prêmio, acredito na obrigação que todos temos de transformar o mundo. Se Deus descansou no sétimo dia, como afirma a Bíblia, então é porque nós devemos terminar o que ele começou.  Caso esquecêssemos, aidna mandou seu filho pra nos ensinar.  Não é isso que acreditam, ou deviam crer os fiéis?

"E conhecereis a verdade e a verdade vos libertará".

" Ame seus inimigos. Faça o bem para aqueles que te odeiam.  Abençoe quem te amaldiçoa e reze por aqueles que te maltratam.  E se alguém lhe bater no rosto, ofereça a outra face".

" A boca fala do que está cheio o seu coração".

" Nunca faça aos outros o que não querem que vos façam".

Ou as pregações dos pastores e padres que afirmam o contrário estão mais certas do que as bases nas quais sua fé foi fundada?

E só pra terminar, mais uma citação do Cristo: " Cuidado com os falsos profetas.  Eles vêm a vocês vestidos de peles de ovelhas, mas por dentro são lobos devoradores".

Então pare de usar Deus como desculpa para sua escolha.  O Deus acima de tudo é o Deus do amor, da concórdia, da paz, do bem.

Pra mim já ficou claro como a luz do sol.

A partir de agora sei exatamente quem é quem nas minhas relações pessoais. Nas minhas redes sociais. O que pensam, o que comem e como vivem. E peço que esses não fiquem chocados, bravos por eu decidir desfazer esse terrível mal entendido, qual seja o de enganá-los com uma suposta relação diária.  Facebook e visitas, a gente faz a quem gosta.  A convivência diária deve ser com quem nos dá alegrias e com quem possamos, de algum modo, nos alegrar.

Não vou falar em fim de amizade.  Jamais. Nunca misturei os canais e não seria agora.  Mas é um momento do chamado "espaço".  Por isso quero deixar a todos muito a vontade. Se falarmos, não faço questão que falemos sobre isso. Que partilhemos nosso dia a dia.  Vamos apenas nos ater ao que nos une.  Sem estressar e sem nos atacarmos.

Eu achei que tinha deixado claro o como eu penso. Sim, temos uma inconciliável incompatibilidade. Nossa pregação é quase oposta.  Precisamos então, cada um de nós, estarmos juntos com aqueles com quem concordamos e comungamos afim de brigar pelos sonhos de futuro que desejamos ver realizados.  Só assim lograremos êxito. Cada um de nós.

Assim fica mais justo.  Sempre me expus.  Esses contrários aos meus pressupostos de vida, felicidade e existência humana, sempre souberam como eu pensava e o que eu defendia e ainda defendo. Mas nunca haviam me dito, de forma tão clara, o que pensavam ou defendiam.  Foi preciso que alguém surgisse, de repente, com discurso sedutor, para que eles então se revelassem pra mim.

Tá certo, enfim.  Conheço a maioria pelo nome. Continuarei lhes querendo muito bem, no fundo do meu coração.  De minha parte, não há ódio, rancor. Cada um defenda o que acha justo, correto.

A única coisa que peço é que quem optou por esse lado da história usufrua, de maneira coerente, todas as consequências e resultados da opção que conscientemente fez hoje ao votar.

Eu e meu WhatsApp

Reuni algumas perguntas interessantes recebidas por mim diretamente no meu WhatsApp durante essa última semana. Seguem aqui junto com minhas respostas.
Achei legal partilhar, já que muitos amigos podem ter tido problemas parecidos nos seus círculos de convivência.  As redes sociais deixam as pessoas mais corajosas e menos comprometidas com os laços.

Clientes/Parceiros de Negócios:

Pergunta: Você não se preocupa em deixar sua posição assim tão clara na internet?  Não pensa, por exemplo, que alguém pode entender que por defender ladrões, você também seja desonesto?

Resposta: Quem negocia comigo não devia se preocupar pra que time torço, qual a religião que professo ou em que candidatos eu voto.  Devia se preocupar se sou alguém que honra compromissos, cumpre contratos ou se me porto de forma mercantil. Não acho que eu defendo ladrões.  Sempre que alguém é comprovadamente culpado de algum crime, até por ser uma pessoa pública, sou o primeiro a criticar, abandonar ou deixar de apoiar. Nenhum dos candidatos em quem votarei, por exemplo, está respondendo processos, foi condenado ou pairam sobre eles dúvidas.

Pergunta: Por que depois de tudo você continua defendendo candidatos da esquerda?

Resposta: O que é depois de tudo?  Depois de pessoas do PT terem sido presas ou terem sido afastadas por acusações de corrupção?  Fui filiado ao PT por anos e nunca me vali de um real alheio.  Assim como eu, conheço muitas pessoas de valor indispensável no PT e outros partidos de esquerda que jogam na defesa do bom uso do dinheiro público.  Em minha cidade, por exemplo, o vereador petista é o grande guardião da seriedade no legislativo.  Uma pessoa não pode pagar pelos erros de outros.  Quase todos os partidos têm gente envolvida em escândalos. Aliás o PP é o campeão da Lava Jato. Se riscarmos os partidos com gente envolvida em casos de corrupção, não haverá em quem votar.  É preciso escolher, dentro dos partidos, os melhores e separar o joio do trigo.

Pergunta: Se eu fosse seu funcionário, te denunciava por fazer eles gostarem dos seus candidatos e enfiá-los na empresa.

Resposta: Ficou louca?  A melhor forma de fazer um funcionário gostar do seu candidato é você fingir que o odeia.  Como dizia Marx há uma grande incompatibilidade entre patrões e empregados, mesmo que as intenções sejam as melhores.  No campo político principalmente.  Além disso, jamais exigi qualquer voto de alguém. Mas sim, eles conhecem minha preferência, pois não faço segredo. E cada um deles têm as suas.  Podemos até comentar, mas jamais vou exigir.  Não é correto, não tem motivo de eu faze-lo e nem meios para isso. Além do que não é meu perfil.  Já recebi visitas de candidatos no meu escritório.  Recentemente do presidenciável Boulos, que nem é de meu partido.  O máximo que fiz foi convidar quem quisesse para assisti-lo falar e nem todos foram. Todo mundo que trabalha comigo tem liberdade de escolher quem quiser para os representar. Muitas vezes, fico até triste por opiniões que manifestam e que sei que irão prejudicá-los.  Mas não posso influenciar.  Já estão todos bastante crescidinhos.  Já viram as mudanças na legislação trabalhista, estão vendo a possibilidade da reforma previdenciária e correm o risco agora de ter mais direitos diminuídos.  Mas eles é que precisam avaliar.

Familiares/Amigos mais próximos:

Pergunta: Pra que mexer com política?  Você tem uma vida profissional ativa.  Deixa isso pra lá.  Fica se desgastando.

Resposta: De fato tenho uma vida profissional ativa e penso que pouca coisa mudará para mim de imediato se eu dependesse de resultado de eleições.  Minha briga é sempre por aqueles de quem sempre quis estar próximo.  Os assalariados que conheço, os menos favorecidos de minha cidade, os jovens sem oportunidades (estudo, emprego etc.) que são muitos. Por mim, eu realmente poderia ficar quieto, mas e a mania de querer participar na transformação?  Você não tem?  Quem de nós tá errado?

Pergunta: Você não vá desaparecer do Facebook depois dos resultados.  Vai ter que piar fino perante a gente e aguentar.

Resposta: Eu?  Piar fino?  Aguentar o que? Por que?  Sou o marqueteiro de algum candidato?  Sou o responsável pelo que as pessoas em geral escolhem pra si?  Isso não é um jogo, não é uma aposta.  É uma opção e cada um tem a sua.  Escolhi a minha e a defendo, você a sua.  Cada um deve aceitar com tranquilidade o resultado final doa em quem doer.  Você aceita?  Eu aceitarei.  O negócio é seguir em frente. Quem tirou o sarro em mim porque Dilma sofreu o impeachment, hoje está com vergonha. Não se vê um batedor de panelas, né?  Acho melhor esperar sua escolha tomar posse, governar e ver se vai ser melhor ou pior, não acha?

Pergunta: Você garante tanto que as coisas vão ficar piores, porque não vai pras ruas?  Você vai brigar?

Resposta: Olha, eu acredito que o Brasil não tenha muito esse perfil revolucionário.  Se tivesse, não teria deixado seu "líder" ser preso.  Houve um processo de impeachment sem qualquer embasamento e as pessoas ditas de esquerda se limitaram às redes sociais.  Manifestações ou passeatas já deixaram de assustar qualquer um.  Então, não dá nem pra pensar em brigar sozinho.  Vou continuar militando que é o que sei fazer. Trabalhar dentro de minha comunidade.

Pergunta: Fascismo?  Você acredita mesmo nisso?  Não é melhor fascismo que comunismo?

Resposta: Não dá pra responder uma pergunta dessa de forma tão simples.  Fascismo e comunismo não são meras palavras com significados.  Tem a ver com conceitos econômicos, políticos, que envolvem propriedade dos meios de produção, resvalam em liberdades e outras tantas defesas. O que me perturba é que vocês tem discutido isso de qualquer jeito sem buscar conhecer melhor. Daí falam um monte de abobrinhas sem sentido e defendem sem saber.  Eu, particularmente acredito o fascismo bem pior.  Já o vimos no mundo.

Pergunta: Diz que é de Deus e apoia comunistas... Seja coerente.

Resposta: Não digo que sou de Deus.  Ele é quem irá me escolher ou não como seu filho.  Creio em Deus e busco viver, com todos os meus defeitos, uma vida próxima dos preceitos cristãos.  E claro, não sou santo e nem perfeito. E nem tenho essa pretensão. Mas me diga o que tem uma coisa a ver com outra?  As defesas do Cristo são muito mais próximas do comunismo do que de qualquer outra proposta.  Falam de partilha, da ausência de amos, de igualdade.  Ou estou enganado?

Pergunta: Se a direita vencer, sua vida vai virar uma merda.  Você vai ter que ir embora do Brasil.  Não pensou nisso antes de ficar aí mexendo com os outros?

Resposta:  Meu Deus.  Em que postar no meu perfil mexe com os outros?  Os outros é que são incheridos e vêm postar no meu perfil.  Outra coisa, a direita comandou esse país por quase 500 anos com algumas pequenas folgas.  E mesmo quando a esquerda esteve no comando, surpreendeu com muitas ações "direitistas".  Então o que é que vai mudar pra mim?  Sempre tive que me virar, nunca dependi das ações do governo pra sobreviver.  Lamento por quem depende de escola pública, hospital público, quem está desempregado etc.  Pois pra esses fica mais difícil sempre.  Eu teria que ir embora do país se sentisse que a extrema direita ou extrema esquerda governariam.  São os extremos o problema.  Desses, a extrema direita é ainda pior, pois onde governou no planeta não poupou negros, religiosos, homossexuais ou qualquer um que tenha pensado diferente.  Lembra da frase do atual candidato?  As minorias vão ter que se enquadrar ou deixar de existir (ou coisa parecida)?  Olha, você sabe que eu sou brasileiro e português.  Só que eu amo o Brasil e é aqui que que estão minha família e meus negócios.  No entanto, se eu precisasse mudar para Portugal, tenho minha cidadania e parentes por lá.  Mas nem penso nisso.  Por que é que eu teria que fugir de qualquer um, que não entendi?

Contatos/Estranhos:

Pergunta: Você não lê?  Vá se informar?

Resposta: Eu?  Vem cá, eu te conheço?  Eu leio.  Aliás, sou fissurado em leitura.  E você?  Mas não estou falando de Veja, Isto É, Estadão ou Ti ti ti.  Tô falando de filosofia, economia, política ou história.

Réplica: Vá se f...

Tréplica: Eu sabia.  Sem argumentos para a continuidade da discussão, vem então o argumentum ad hominem.  

Pergunta: Sabia que eu tenho uma grande admiração por você e pelo que escreve nesse grupo.  Mas cara, o que você defende é imoral.  Um presidiário, o aborto, a Venezuela... Isso decepciona.

Resposta: Começo agradecendo seu elogio.  Depois devo lhe dizer que não vivo para decepcionar ninguém.  Se você se decepcionou comigo é porque depositou em mim defesas que não me pertencem.  Outra coisa, para mim, até provarem em contrário, Lula é um preso político.  Não sou só eu quem digo isso, mas dezenas de juristas do Brasil e do exterior.  Um Nobel da Paz, líderes mundiais, emissário do Papa, intelectuais e outros já o visitaram. Por que eu tenho que carregar a culpa de único defensor de Lula?  Por que você não inclui todos esses no seu desapontamento?  O aborto então, não conheço ninguém que defenda.  Defender sua descriminalização não tem nada com defendê-lo.  Muito pelo contrário. Em países nos quais não é crime, é menos praticado, pois profissionais da saúde e psicólogos auxiliam as mães.Venezuela?  Eu defendo?  Não, penso que eu defendo a soberania a que ela tem direito.  Como a da Siria e qualquer outra.  Quem deu a um país o direito de decidir sobre o outro?

domingo, 30 de setembro de 2018

Debater à exaustão... mas até o final. Corajosamente.


Engajado em política desde tenra idade, perante amigos e familiares já é conhecida minha paixão pelo tema e muitos deles me procuram, em épocas eleitorais, para “assuntar” e quem sabe ajuda-los a decidir o voto com base em algumas opiniões.
Claro que eu já tomei muitas decisões erradas nesta jornada que remonta mais de 35 anos de militância pesada.  Fui fundador e dirigente de partidos políticos na cidade, de loja maçônica, associações de moradores, fóruns e de grupos diversos nos quais o debate político é inevitável e exige coerência do discurso com a prática.
Mas por outro lado é bem verdade que desenhei uma caminhada, na qual a tendência e anseio tem sido buscar o que há de melhor para meus filhos e para a sociedade em geral.  E isso tem me colocado, quase sempre, pelo menos para mim, do lado certo da história.
Não dá para acreditar que, em sã consciência, as pessoas queiram sugerir ou fortalecer pensamentos e práticas que tenham por nocivas.
Decisões erradas nas escolhas políticas, estão mais para equívocos que propriamente má fé.  Ou são fruto de desinformação e alienação ou fruto de consciências trabalhadas via manipulação de informações por interessados nisso.  São anos, por exemplo, de doutrinação da Globo, Veja, Isto É etc., todos veículos ligados a grupos próximos e que servem interesses pesados, inclusive estrangeiros.  E não são poucos, esses interesses.
De qualquer modo eu não guardo segredo de minhas defesas.  Quando não estou concorrendo, estou trabalhando em favor de nomes e projetos.  Em ambos os casos, explicitando muito e como posso os meus posicionamentos.
Tenho negócios e muitos amigos.  Mas não tenho medo de comprometê-los ou danificar as relações.  Aposto no amadurecimento das pessoas que são capazes de dialogar e aceitar o contrário do que defendem, como aliás, eu mesmo faço.
Antes, cartinhas e adesivos nos carros, plaquinhas na casa e muita conversa com amigos e nas ruas.  Hoje, descobri como usar e portanto, alia-se à boa conversa, uma frequente participação minha nas redes sociais (Facebook, Instagram, WhatsApp).  É sem dúvidas um meio eficaz e abrangente de se expressar.
Por isso, vim declarar meus votos aqui no blog e depois, claro, compartilhar onde der e puder. E até o dia das eleições, estou panfletando nas ruas e realizando reuniões em pequenos grupos com a intenção de, efetivamente, contribuir para ver prosperar no final, o que creio ser “melhor”.
É muito importante a gente fazer isso, contudo, sem carregar de ódio, de prepotência ou de arrogância, vícios próprios de quem se acredita dono da verdade, mas não buscou embasamentos concretos ao se convencer.  Sobretudo, não debateu.  Contrapontos são fundamentais para decisões mais acertadas.
Apesar ainda da relevância dos cargos majoritários (presidente, governador e senadores), destaco a importância gritante de uma boa Câmara dos Deputados e uma Assembleia Estadual que representem realmente as nossas lutas e anseios.  São eles que, no final, derrubam governos, aprovam projetos que viram leis, criam conluios que facilitam ou dificultam nossas vidas.
Então, começando de meu Estado, vou defendendo, convictamente, os projetos a que estou acompanhando e os quais acompanharei até o final dos respectivos mandatos.  Afinal, votar sem cobrar é como comprar frutas e deixa-las apodrecer em uma fruteira abandonada, sem sorver das frutas, seus princípios e vitaminas, enquanto apodrecem e juntam moscas.
Como filiado a um partido, devo ressaltar que tenho batalhado em prol de candidatos do mesmo.  Leci Brandão, atual Deputada Estadual pelo PCdoB em São Paulo e Henrique Domingues, estudante combativo de Guarulhos estão com seu material presente no meu carro, mochila e lugares onde posso deixa-los.
Mas farei um voto diferente, embora no mesmo campo, com aliado muito importante. Escolha que fiz inclusive com base no que já vivemos juntos em diversas lutas.
Assembléia Legislativa de São Paulo
Por que voto em João Paulo Rillo (50123) do PSOL?
Em primeiríssimo lugar por conhece-lo.  Saber de uma história que vem desde sua infância, quando já tinha posições e posturas de gente grande e séria. 
Tive a honra de ver mais de perto o João militando quando eu estava no Grupo GEAPOL, ligado à Igreja Católica e ele nos auxiliava em movimentos e atos públicos na defesa das classes menos favorecidas de minha cidade.  Ao mesmo tempo, ajudando na fiscalização das ações dos vereadores.
Mais tarde, João foi voluntário na Secretária de Governo da Prefeitura enquanto eu era Assessor Especial e depois Secretário Interino.  Ele ajudou na constituição do Fórum de Associações de Moradores (o maior caso de organização popular na cidade), além de agregar em projetos de várias outras secretarias, como Educação, Cultura e Orçamento Participativo.  Enfim, sem receber nada, contribuía efetivamente para sua cidade.
Foi vereador, combativo e atuante.  E sob seu olhar atento e vigilante, companheiros de legislatura tiveram que “piar pequeno”, como se diz por aqui.
Seu amor por Rio Preto é indiscutível e sua conduta na Assembléia só confirma isso.  Como Deputado Estadual, buscou e tem garantido recursos para Rio Preto em diversos projetos.  Quero destacar as verbas que conquistou num montante que supera R$ 16 milhões de reais destinados a entidades como AMICC, Sta. Casa, APAE, IELAR, São Judas e tantas outras.
Como eu já afirmei, o combativo João, ao lado do pai Marco Rillo, há anos vereador em Rio Preto, contribuiu para a recuperação de mais de 36 milhões de recursos desviados dos cofres públicos daqui.  Talvez tenha herdado do pai essa aversão pela corrupção ou pelo mau uso do dinheiro público.
E nesse sentido, também tem lutado na ALERP onde propôs ação de improbidade contra o Governador Geraldo Alckmin na questão do escândalo do “propinoduto” que se verificou no Metrô de São Paulo.  Também combateu de frente o vergonhoso caso da Máfia da Merenda, que envolveu o Governo do PSDB de São Paulo.
Rillo brigou contra o fechamento da UPA do Santo Antônio aqui na cidade, importante instrumento popular da saúde de São José do Rio Preto e garantiu ainda a compra de um aparelho de raio x para a unidade. Agora briga pela presença ali de pediatra, luta que se une a tantas outras que já fez pela saúde.
E enquanto muitos reclamam da segurança no Estado, não posso deixar de citar que João Paulo ficou ao lado de policiais que reivindicavam 15% de reajuste nos seus ganhos, defendeu a incorporação de 10% das diárias nos salários deles e a concessão de diárias quando o policial exercer atividades fora da jornada normal.  Ações que dão reconhecimento a esses profissionais e lhes conferem respeito e um pouco mais de dignidade.
Me lembro ainda do João ao lado dos estudantes de Rio Preto e do resto do Estado na briga contra o fechamento de salas de aulas e para ampliar o financiamento da educação pública.  E como ele, apaixonado por cultura, criou e cuida para que se mantenham atuantes e repletos os Centros Culturais Vasco (cujo nome homenageia um velho camarada) e Manoel Antunes (em memória ao ex-prefeito mais amado pelos rio-pretenses).
João é amigo da causa e um simpatizante do PCdoB desde sempre.
Não dá pra não votar em Rillo e por isso abraço sua candidatura e a conduzo por onde vou.
Câmara Federal
Por que voto em Orlando Silva (6565) do PCdoB?
Apesar de soteropolitano, já foi vereador da cidade de São Paulo.  Mas o que mais atrai na trajetória de Orlando Silva é ter começado como todo bom político, na militância estudantil.
Ele foi o único presidente negro da UNE (União Nacional dos Estudantes).  E foi ali que combateu com veemência, as privatizações de empresas brasileiras estratégicas como a Vale do Rio Doce e tantas outras. 
Em seguida, eleito presidente da UJS (União da Juventude Socialista), aprimorou e mobilizou jovens para o combate direto contra a política neoliberal de Fernando Henrique Cardoso com manifestações e uma agenda vigorosa.  Inclui-se aqui um abaixo assinado com apoio do Fórum Nacional em Defesa do Trabalho para criação de CPI no famoso caso Telebrás, um dos muitos escândalos daquele governo.
Convidado para o setor de educação, Orlando passa a integrar o Centro de Estudos Sindicais afim de contribuir na formação política e sindical dos dirigentes e militantes sindicais.
No Governo de Lula, foi Secretário Nacional de Esporte e Secretário Nacional de Esporte Educacional antes de ocupar o cargo de Ministro do Esporte.  Foi então que colocou o Brasil na agenda esportiva internacional.
Realizou os Jogos Pan-Americanos e os Parapan-Americanos em 2007 com grande êxito em um momento onde o Brasil bateu seu recorde de medalhas de ouro na competição. 
Orlando lutou efetivamente para trazer a Copa do Mundo de 2014 para o Brasil e entregou milhares de obras de infraestrutura esportiva que ainda são utilizadas para a prática esportiva e educacional.
Reivindicada por cerca de 40 anos, Orlando elaborou e implantou a Lei de Incentivo ao Esporte que serve de estímulo fiscal ao investimento privado.
Eleito Deputado Federal, no último mandato, Orlando é um dos deputados mais influentes da Câmara com destaque à garantia da aprovação de importantes projetos como o que trata da reoneração da folha de pagamento e a Lei Geral de Dados que visa a proteção dos cidadãos e de seus dados, sem, no entanto, atrapalhar ou impedir as oportunidades de negócios.
Sua presença no Congresso Nacional é importante para a salvaguarda de nossa democracia e a retomada dos projetos interrompidos por conta do impeachment que devolveu o país aos mandatários de sempre.
Quem são meus candidatos majoritários?
Durante anos eu procurei estar presente nos partidos políticos. 
É ali, no seio dos partidos que se aprende a militar, a entender os problemas gerais que assolam a população brasileira e também que se verificam as ideologias que apresentam ou deveriam apresentar as soluções viáveis para cada questão.
Também é o local onde os candidatos são escolhidos primeiro, antes de sua colocação pública para a escolha do eleitorado. É nesse momento que podemos barrar muitas candidaturas impróprias.
Tanto quanto na casa da gente, na empresa onde trabalhamos, ou mesmo na igreja que frequentamos, há pessoas boas e ruins nos partidos.  Até porque os filiados são pessoas comuns da sociedade, representando então o que se pode chamar de “substrato” da sociedade brasileira.
Estar presente nesse meio é garantir que teremos a oportunidade de interferir diretamente no processo político, mesmo sem exercer cargos públicos.  Pois podemos, nos diretórios e executivas, assembleias e congressos partidários, discutir planos de governo e coligações.  Estar ou não em enfrentamentos. Apoiar ou não, outros partidos.
Desde meus 15 anos de idade, nos idos de 1983, eu já militava em um movimento ligado a partido político, pois eu só poderia ser filiado após os 18 anos.  Nunca mais me afastei. 
Foram vários partidos e várias defesas.  Contribuições inegáveis e óbvio, muitos equívocos.
Mesmo com esses tropeços, estou bem convencido de que evolui.  Tudo teve inicio lá atrás, quando visitei um lixão e vi gente comendo e catando restos num cenário nojento, odioso, assustador. 
Naquele instante, nasceu em mim a intolerância com a acumulação de poucos, com a incoerência de quem se diz cristão, mas não se condói com as mazelas de tantos.  Aflorou também minha antipatia com o discursinho da meritocracia, que claro, não serve para os iguais.  Brotou minha falta de paciência com o não entendimento de muitos do seu pertencimento de classes, que bota irmão contra irmão e trabalhador contra trabalhador.  Surgiu-me a revolta, que trago até hoje, contra a anestesia da população, vítima de um projeto de alienação, sucateamento de escolas e compra de consciências por esmolas e favores.  E alargou, por fim, minha necessidade de combater a entrega da força de trabalho por mixaria, sempre em detrimento ao aumento do lucro, sem o menor esforço, dos grandes detentores dos meios de produção.  Até hoje são sentimentos que fazem parte de meu DNA.  Superam minha condição de empresário ou mesmo de brasileiro.
Seria incoerência minha não desejar, com ardor, o reestabelecimento de um governo voltado ao trabalhador, com promessas de resgatar as imensas dívidas sociais contra negros, pobres e outros explorados.  Não seria eu se não buscasse a recondução das políticas públicas que, embora parcas, estavam tirando tantos da miséria e da fome.  Possibilitando, com todas as contradições, a ascensão dos “pequeninos” ao ensino superior, a uma alternativa de emprego com salário menos indigno e ao próprio consumo (participação mínima na economia).
O país dos meus sonhos, por certo não pode ser garantido por nenhuma candidatura que se apresenta.  Só o povo, efetivamente decidido e cônscio de seu poder, poderia transformar o Brasil num país plenamente justo e igual.  Mas nossa gente está dividida, com visão turva e sobretudo não aprendeu a exercer a plenitude de seus direitos.  Ainda precisamos do voto como uma muleta da democracia.
Então, em virtude disso, caminhamos ainda com a representatividade que o processo eleitoral nos pode oferecer.
Como sofremos um duro golpe após o último pleito, às vezes eu creio que os seus artífices, os emissários das trevas que se valeram de moleques de recado das grandes elites (congressistas sem caráter, parte do judiciário e da mídia), podem não deixar que meus candidatos, todos da esquerda, tomem posse. 
Ainda quando se desenhava o atual cenário de candidaturas, o PCdoB, partido no qual estou filiado, tentou provocar uma coalisão entre os principais protagonistas da esquerda nessa campanha.  Conversou com o PDT de Ciro, com o PSOL de Boulos, com o PSB e com o PT.  Mas havia muita coisa envolvida.  Mágoa, vaidades e outros sentimentos, foram superiores à necessidade e bom senso de estarem no mesmo barco.  No final, o PCdoB cerrou fileiras com o PT, seu antigo aliado e que se comprometeu a defender os principais itens alardeados nos discursos de Manuela D’Ávila, a quem recebeu como vice.
Por isso voto Haddad (13), que representa Lula, o governo interrompido e a possibilidade de retomada, de quebra dos ridículos e pecaminosos contratos firmados, às pressas, pela quadrilha de Temer.  O candidato natural seria Lula.  Mas Haddad está anos luz de ser apenas “um poste”.  Preparado, o ex-ministro e ex-prefeito da capital de São Paulo, tem dado mostras que aplicará, na íntegra, o “plano de governo”, o que nos dá ânimo e unifica, no final.
A prisão arbitrária e sem precedentes do ex-presidente é algo que ainda será muito discutida.  Brasileiros que quase não entendem da sua própria situação, se arrogam nas redes sociais e botequins a se postarem como especialistas em leis, em política, depois de anos sem qualquer comprometimento em saber sequer os nomes dos deputados que elegeram.  Ignoram a posição de importantes juristas, intelectuais, líderes de dentro e fora do Brasil que afirmam categoricamente a incorreção dessa condenação que castrou a possibilidade da reeleição de Lula.
Mas o compromisso da chapa (PT/PCdoB) é retomar os projetos interrompidos.  Desfazer os crimes de Temer e recuperar o tempo perdido com o sangramento provocado pelos que perderam as eleições de 2014.
Consequentemente meus demais votos não poderiam ser divergentes desse projeto.  E sigo acompanhando a chapa, com os senadores Suplicy e Tatto, além do governador Luiz Marinho (13).
Desnudado e entregue ao julgamento de quem o desejar, deixo claro que, com grande respeito, aceito oposição e debater contra quem quer que seja.  O que é inaceitável é quando recebemos agressões violentas, ofensas à honra, muitas vezes presencialmente, nas ruas ou grupos de amigos e familiares.  Mais comum, em nossos perfis particulares das redes sociais, onde se fala o que se quer, sem a preocupação das consequencias.
A discussão é válida e importante.  Aperfeiçoa nossas ideias, obriga-nos ao estudo das várias possibilidades.  Faz com que aprofundemos nossas convicções ou, tendo-as derrubadas pela falta de argumentos, que sejam repensadas. 
Tudo, no entanto, dentro de um clima de inteligência, educação e o mínimo de tolerância.
No último sábado, ao participar ativamente do movimento #elenão em minha cidade e publicá-lo nas redes sociais, não me faltaram ataques deselegantes diretamente no WhatsApp.  E isso, de longe, pode ser considerado divergência de opinião.  Penso mesmo se tratar de ódio puro, muitas vezes infundado, seja por alguma ideia, seja fruto de sentimento reprimido.  Assim não vale.  Não acrescenta, não ilumina, não produz nada.
Então compartilho minha posição alertando sempre para o fato de que ela é fruto de minha reflexão pessoal, sem nenhuma pretensão de convencimento ou afirmação absoluta de verdade incontestável.
Só que com isso, mantenho tranquila minha consciência, acredito-me contribuindo para a ideia que defendo e sobretudo, ajudo a quem estiver precisando de contrapontos, no seu esclarecimento.
A todos, uma boa eleição.  E vamos ver o que vem depois.

Ser uma nova versão.

Muitas vezes eu me ponho a aconselhar pessoas.   Desde os filhos, companheira, amigos e até quem não pede conselho algum. Feio isso, né? A...