domingo, 25 de fevereiro de 2018

O sonho com dona Amor


Eu quase nunca, para não dizer nunca, conto essa história para alguém.  É porque ela soa tão incrível que fico com medo de as pessoas pensarem ser inverdade.  Uma dessas invenções que as famílias contam.
Eu nem sei se estou autorizado a contar isso aqui, pois não perguntei ao principal protagonista, meu pai.  Mas até acho que chegou a hora de botar isso "pra fora". Tipo um desabafo. Então, lá vai.
O fato é que no ano em que eu nasci, minha avó paterna, que se chamava Amor, faleceu sem antes ter dado qualquer sinal de doença ou coisa que indicasse o final próximo de sua vida.  Meu pai, recém casado e após assumir a paternidade com meu nascimento, estava então com 27 anos e ficou completamente “maluco” com os acontecimentos.
As circunstancias da morte dela não seriam extraordinárias, não fosse pelo fato de terem ocorrido exatamente da mesma forma, por duas vezes.
Tudo começou em um sábado, uma semana antes do passamento de vó Amor. 
Meus pais e eu, com pouco mais de 2 meses de nascido, estávamos, como fazíamos quase todo final de semana, em visita à casa de meus avós maternos.  Eles moravam em São José do Rio Preto, no interior paulista.  Meus pais e meus avós paternos, em Nova Granada, aproximadamente 30 Km distante.  
Por isso, nestas visitas, depois de meu nascimento, quase sempre dormíamos na casa dos pais de minha mãe.
No entanto, naquela fatídica ocaisião, em meio a madrugada do domingo, meu pai acordou chorando e sobressaltado de um pesadelo horrível.  Sonhara com a morte de sua mãe.  
Minha mãe então o acalmou e o fez dormir novamente. 
Não tardou e ele voltou a despertar, desta vez com a conclusão de seu sonho ruim que havia continuado do mesmo ponto em que fora interrompido antes.  
Em prantos e muito abalado, confidenciou a minha mãe cada detalhe das cenas que vivenciara  enquanto estivera dormindo.  E arrematou que tudo lhe parecera muito real.
Mas, como algumas coisas eram diferentes da realidade deles, pelo menos naquele momento, minha mãe o tranquilizou novamente.  Convenceu-o que tudo apenas se tratava de um sonho e que não devia dar importância.  Afinal, quantas vezes sonhamos com perdas de pessoas queridas e logo as vemos com saúde perfeita com muitos anos pela frente.
Convencido de fato e em face de pequenos detalhes do sonho que o distanciavam da situação atual, meu pai procurou esquecer-se de tudo, embora tivesse, mais tarde, relatado o sonho à sogra.
Pelo que sei, a semana transcorreu normalmente até que no final de semana seguinte, eles voltassem para a casa dos pais de minha mãe.  Claro que meu pai, embora refeito e como morava perto, passou pela casa de sua mãe antes para conferir se ela estava bem e para as despedidas convencionais.  
Já a noitinha, em Rio Preto e após passearem, voltaram para a casa de meus avós maternos e foram dormir. 
Foi então que o pesadelo recomeçou e do início, mas agora, na realidade.
Foram despertados pela campainha que tocou de forma insistente.  Era meu tio, marido da irmã de meu pai, que estava à porta para apanhá-lo. Exatamente como no sonho ele estava com um carro diferente do que possuía. Meu pai não ficara sabendo, mas ele havia trocado de carro naquela semana. Isso punha por terra uma das pequenas divergências entre sonho e realidade e o fato não passou despercebido pelo meu pai.  Já angustiado, preparou-se.  Ele devia acompanhar meu tio, pois, minha avó que não estava bem, queria vê-lo.
Lembrando-se do sonho que tivera e da estranha semelhança, partiu deixando minha mãe igualmente preocupada com a situação.
Ao chegar na casa de minha avó, tudo estava igual ao que vira na semana passada, inclusive as pessoas que não estariam normalmente ali, na casa dela e que vieram para ver minha avó. E mesmo isso, ainda não resumia tudo. 
O médico da família estava viajando e um estranho estava cuidando de minha avó. Uma preocupante injeção havia sido aplicada sem qualquer indicação e cuidados, e os comentários de uma tia também reproduziram algo que ele já ouvira.  Tudo exatamente como na visão sonhada por meu pai há uma semana atrás.
Preocupado, meio insano, ele pôs-se a pensar. 
Restou-lhe então um estranho consolo. No pesadelo, minha avó morrera sozinha, no quarto, com meu pai.  Então parecia simples ou possível mudar as coisas.  Ele não deveria ficar sozinho com ela.  Jamais.  E então, nada aconteceria.  Um certo alívio infantil, lhe sobreveio. Mas as horas transcorriam sofridas neste déjà-vu tétrico até que meu pai passou pela porta do quarto onde estava minha avó, rodeada por mulheres, dentre estas, minhas tias.  Não parecia haver perigo.  E ele precisava saber como ela estava.
Tranquilo por conta da multidão, meu pai então entrou e buscou conversar um pouco, mas seria o mínimo possível para não estar ali com ela na tentativa de mudar o rumo das coisas.
Em meio a conversa, dona Amor lhe pediu para virá-la, colocando-a numa posição mais confortável.  Ele começou a atende-la quando percebeu que todos de uma hora para a outra, saíram do quarto.  Ao ver-se então sozinho, buscou se desvencilhar das mãos de minha avó que o seguravam para ganhar o corredor, mas não conseguiu e com um suspiro de alívio, minha avó deixou o corpo.
Desesperado, assustado, chocado e claro, extremamente inconsolável, meu pai perdeu a mãe em seus braços, naquele segundo de descuido, pois achava que pudesse, de algum modo, ter mudado os planos de Deus, ou embaraçar as teias do destino.
Cada cena, cada momento vivenciado duplamente, fora para ele um misto de “preparação” para a dor, ao mesmo tempo que fora dor em dose dupla.
Durante anos ele buscou ajuda e tentou compreender o que se passara.  Consultou padres (meu pai é ex-seminarista), médiuns, sensitivos e psicólogos, cada um com sua explicação nada fundamentada e algumas nem eram razoáveis.
Ao longo de minha infância e juventude, ouvi essa história ser narrada por meu pai em riqueza de detalhes e corroborada por minha mãe e minha avó materna.
Premonição não é uma coisa de outro mundo. Muito se fala sobre o tema. Mas quando acontece assim, pertinho da gente e de forma precisa, passamos a pensar em um monte de coisas que desafiam a ciência e tudo o que os Homens conhecem.
Eu gostaria muito de ajudar meu pai a entender e também eu queria compreender tudo, mas acabei deixando correr com o tempo.
Até que, recentemente, ao estudar a vida do físico Nicola Tesla, descobri que ele também passou pelo mesmo processo.  Sonhou a morte dos pais, dias antes dela ocorrer, relatando-o em detalhes a alguns  de seus próximos que constaram, depois, a veracidade de sua narrativa.  Isso fez, obviamente, com que muitos de seu tempo e círculo, desconfiassem de sua idoneidade ou equilíbrio mental.
Resolvi então escrever aqui, entre amigos.  Divulgar para alguns poucos.
Quem sabe haja, por aqui mesmo, mais alguém que tenha guardado um relato como esse.  Quem sabe até alguém que descobriu o que significa isso, como ocorre ou porque ocorre.
Tantos livros, sobre tanta coisa, filmes e reportagens, mas um drama familiar desses fica assim, sem explicação!  
Sabe, há mais coisas que me causam espanto na minha família.  Mas este, sem dúvidas é o nosso grande “segredo” o qual partilho, agora, mesmo sem consultar os envolvidos.

sábado, 24 de fevereiro de 2018

EUA com os filhos

Lago congelado no Central Park
 New York
Um drama, sempre que vou viajar com a família é o medo de chegar de repente, em um lugar estranho, que fala outra língua, sem hotel, sem táxi que suporte as 5 pessoas além das bagagens e com receio de alguém ficar doente e precisar de socorro fora do país.
Por isso, desta vez, eu e Caroline tomamos algumas providências que recomendo.
Estátua das 3 mentiras
Harvard University
Íamos para os Estados Unidos curtir um pouco do frio de janeiro e aproveitar os resquícios do Natal nas luzes e enfeites que decoram a cidade de Nova York.
Contudo, uma nevasca bastante forte foi anunciada às vésperas de partirmos e logo em seguida, notícias sobre um suposto e fortíssimo surto de gripe a nos deixar sobressaltados.  Credo!
Desistir?  Uma hipótese.  Mas como dizer aos filhos tão elétricos com a proximidade da partida?  E como perder as passagens já adquiridas?  Uma vez tivemos que transferir a data de viagem para a Europa e perdemos muito dinheiro nesta brincadeira.
Melhor verificarmos mais de perto.
Estátua da Liberdade - New York
O primeiro passo foi contatar amigos que possuem parentes por lá.  Pronto.  "Exagero da imprensa", garantiu-nos uma indicada que, brasileira, mora e trabalha em NY como enfermeira.  "Gripe como em todo inverno, sem nenhuma surpresa ou susto." - asseverou ela.
Depois, para garantir ainda mais, fizemos uma visita ao médico dos meninos, não só para consultá-los e prevenir qualquer possibilidade, mas também para pegar uma receita antecipada para o caso de febre alta e ininterrupta, dores de ouvido e garganta etc.  Conseguimos então uma receita preventiva que incluía antitérmicos, vitamina C e até um antibiótico pré-receitado para eventuais infecções graves.  Compramos tudo pra levar daqui.  Um dos filhos, inclusive já bastante gripado e com febre há dois dias, iniciou o tratamento antes mesmo de pegarmos a estrada, que precedia o voo.
Agora então, quero recomendar uma atitude importante.  Um bom seguro viagem.  Trabalhamos com isso e temos em nossa empresa, várias marcas e coberturas à disposição.  Mas fomos logo numa proteção TOP.  Estar com filhos em outro país não é nada simples.  Melhor não arriscar com nada.  E a Omint nos foi providencial.  Pois, precisamos acioná-los por conta de bagagens extraviadas na ida e volta.
Preparamos poucas malas, roupas estritamente necessárias e quentes (específicas para uso na neve) e segundas peles, para garantir a proteção contra o frio de cerca de 14 graus negativos.
Rockefeller Center 
Minha mulher é especialista em passagens e hotéis.  As passagens de ida e volta, como eu disse, já estavam compradas, mas era preciso garantir o translado interno e quartos familiares, que embora existam, quase sempre são pra apenas 4 pessoas e não 5, que é nosso caso.
Com dois dias de antecedência, ela encontrou o hotel, confirmou que o quarto recebesse a nós 5 e observou, além de preço e fotos, os comentários de usuários para se prevenir de engôdos.  Isso é importantíssimo.  Anote aí.
Pronto.  No dia de sair, vesti minha meia especial, posto que já tive trombose e aumentei (com prescrição) a dose do anticoagulante diário que sou obrigado a tomar desde meu AVC em 2010.
Pronto.  Deixamos o carro em um estacionamento em Guarulhos, e fomos para o aeroporto.
Nas bagagens de mão, remédios para o dia.  Meu Xarelto e o antibiótico do meu filho para os horários que teria que tomar até a chegada em Boston.  O resto dos medicamentos com as respectivas receitas, nas malas a despachar.  Para o filho mais novo, enjoado para comer, a prescrição junto à companhia aérea para comida especial e mais simples.  Até cumpriram o pedido... Mas que comida! Jesus.
Zarpamos.
Museu de Cera - Nova York
A companhia judiou.  Apesar dos assentos confortáveis e espaçosos, se comparados a outros que já pegamos, a United Airlines não caprichou na comida.  A TV de meu acento estava quebrada e ao chegarmos no aeroporto de Chicago (onde tínhamos conexão para Boston), tivemos que pegar as bagagens e despachá-las novamente.
Moral da história, ao chegar em Boston, nossa parada final, minha mala, com todos os medicamentos e prevenções, roupas minhas e parte do meu filho mais novo, extraviada.
Fomos para o hotel com um Uber especial que nos levou os 5 e todas as bagagens.  O hotel era excelente, por sinal.  Mas minha mala, só na madrugada do dia seguinte.  Acionei a seguradora que garantiu-me acompanhamento até encontrá-la, com no máximo 24 horas ou indenização em dinheiro.
Touro de Wall Street
Em Chicago vimos neve caindo, já em Boston, a neve só estava nas sacadas e alguns telhados.  E passeamos bem tranquilos por esta bela cidade de estilo inglês.  Adoramos caminhar e fizemos tudo a pé.
Recomendo estes passeios a pé.  Estando em Boston, aproveitar a paisagem principalmente no entorno à Back Bay Station, Boston Common, o Boston Public Garden e por fim a Harvard University.  Para isso, atravessar, ainda a pé, a ponte sobre o Charles River que leva a Cambridge.  O campus da Universidade é emocionante.
Lá mesmo em Boston, minha mulher comprou as passagens do trem que nos levaria a Nova York.  Uma viagem de pouco mais de 3 horas que comprova o quão as vias férreas são importantes e como fazem falta no Brasil.
Saímos do Estado de Massachusetts, onde fica Boston, passando por Rhode Islands, Connecticut e por fim Nova York.  Rápida, tranquila e confortavelmente.
Monumento aos mortos de
11 de Setembro
Já na Big Apple, fomos a pé da Penn Station (Madison Square Garden) até nosso hotel na 36 street.  Hotel agradável e bem localizado, há duas quadras da Broadway.
Eu e minha mulher já conhecíamos a cidade.  Mas prometemos voltar com a criançada para conhecerem lugares imperdíveis como a Sede das Nações Unidas, o Central Park, a Ponte do Brooklyn, o Rockefeller Center, a Igreja de São Patrício e a Times Square.
Não faltaram passeios a pé pelas avenidas e ruas de Manhattan incluindo a Park Avenue do famoso Waldorf Astoria, no qual havíamos ficado em nossa primeira viagem pra lá.  Também não deixamos de fora lugares obrigatórios como o Museu de História Natural e nem de assistir a peça Fantasma da Opera na Broadway.  Decepção reservada para o Zoológico.  Surpresa para a amistosidade dos esquilos do Central Park.
Em nenhum momento dos passeios tivemos problemas com comida, preços altos ou surpresas ruins.  Segurança pelas ruas nas quais passeamos tranquilos durante o dia e noite, inclusive em Boston que era menos movimentada a noite. Se você tem crianças e quer levá-los, não há com o que se preocupar.  Não vimos nada que provasse o contrário, pelo menos na ilha.
Times Square
Voltamos para Boston pelo mesmo trem.  De lá, partiríamos de volta ao Brasil.  Mais paisagens com neve, rios congelados e lugares parecidos com aqueles que vemos nos filmes do dia a dia na NetFlix.
A viagem de volta, pela mesma United Airlines, foi ainda mais cruel, pois a comida, incluindo o café da manhã, sem condições mínimas.  E olha que não sou enjoado.  Mas o "crime da mala" foi realmente o desaparecimento de nossas 5 malas ao chegarmos em Guarulhos.  Nós não fomos, mas nossa bagagem foi toda para Washington, quem sabe, visitar o presidente.  Só apareceriam em minha casa no dia seguinte.  Nas duas vezes, recebi ligações e e-mails constantes da seguradora dando-me conta do paradeiro das mesmas.
Devo confessar que tanto lá, como aqui, a equipe de solo da companhia aérea foi gentil e prestativa.  Mas era o mínimo.
Bem, sei que quando temos preocupações, nos tranquiliza ler algo que nos oriente.  Por isso decidi fazer este pequeno grande relato sobre nossa curta, mas gostosa viagem de férias com os filhos.
Viajar ao exterior não é um bicho de sete cabeças.  Não é absurdamente caro.  Nem impossível quando se planeja, pesquisa e sobretudo os viajantes entram em acordo como andar muito, apertar os cintos e segurar o consumismo.  Melhor mesmo é gastar com comida, visitas a museus e shows e sobretudo aproveitar a convivência.





sábado, 10 de fevereiro de 2018

Carnaval na política.


Estamos em fevereiro. 
O que já imaginávamos lá atrás está em curso. 
Tudo farão para impedir que Lula seja candidato a presidente.  Condená-lo sem provas.  Prendê-lo.  Encontrar outros motivos para impedi-lo de concorrer.  Promover um atentado contra sua vida.  Mudar as regras eleitorais com agilidade ímpar.  Alterar o “regime”.  Aquilo que for preciso para barrar sua volta ao comando deste país.
Isso só reforça uma coisa.  Lula mete medo.  E sua influência é indiscutível.
Embora não devamos sustentar o “messianismo”, o fato é que sempre precisamos da figura de um líder com popularidade e apreço sem precedentes para conduzir o povo.  E principalmente neste momento. 
Metade da nação defende Lula declaradamente, mas e o resto?  A outra metade?
O cenário mostra que esta outra parte do povo brasileiro está bem dividida.  Há os desapontados com os governos de Lula e Dilma, têm os direitistas, os que sempre odiaram a figura do metalúrgico, e ainda os esquerdistas mais radicais, que não aceitaram e não engolem a política conciliadora e de concessões. Mas há um grupo grande de alienados, com pensamento implantado e incoerente, que simplesmente quer ver o “molusco” atrás das grades.
Talvez, pessoas com séria confusão, sem a capacidade de interpretação de classe.  Os chamados “pobres de direita”.  Mas talvez, simplesmente e mais grave, a massa de manobra.
Situação até aí natural, nada nesse cenário me causa, ou causaria espanto.
O que apenas me estranha é a mansidão, a condescendência e a paciência inexplicável do próprio militante do PT.  Os partidários de Lula.
Ainda “musculoso” do ponto de vista de sua grande militância e com ampla ação nacional, pois  ainda conserva mandatos, o Partido dos Trabalhadores soma forças que o compõem por dentro, ou que orbitam em torno de seu centro. Por isso não aceito esta sua “calma”, contrariada apenas por espasmos voluntários de alguns poucos de seus membros. 
O que na verdade estão esperando os petistas?
Hoje, membros da classe artística e intelectuais de toda sorte, junto com boa parte do povo simples e outros simpatizantes, estão falando mais alto do que o próprio partido do ex-presidente. 
É gente que dá a cara para bater, com muito mais a perder, empregando veemência e convicção na defesa de Lula.
O PT parece trabalhar na expectativa.  E tem sido assim ao longo de todo esse processo. 
Vamos aguardar a decisão de primeira instância.  Vamos aguardar o segundo julgamento.  Vamos aguardar a postura do Supremo.  Vamos aguardar que Lula indique um substituto pra gente votar nele.  Vamos aguardar o pleito e legitimar o golpe final. Enfim, vamos aguardar.
Isso incomoda muito a quem pensa como eu.  A quem acredita que nunca na história deste país foi dada tanta contribuição para a construção das condições objetivas para um verdadeiro levante da classe trabalhadora.
Sem liderança e sem formação, coisas que nos primeiros governos da era PT podiam ter sido resolvidas, as massas ficam à mercê de orientações que nunca chegam.
O máximo que vemos, neste sentido,  são ações em “lotes” como manifestações que já não metem medo a um congresso sem qualquer pudor e a um judiciário que cada dia se distancia mais e mais da justiça.  Sem falar na mídia que as ignoram ou desqualificam ainda mais.
A nossa briga na internet não é vã.  Como não é à toa a manutenção da discussão diária em casa, no trabalho, na igreja etc.  Só que isso não vai resolver de fato o nosso problema.  Não impedirá que se continue, de forma deslavada, o desmonte deste país.  O “entreguismo” praticado a olhos vistos por esta súcia que se prolifera nos meios políticos.  A dilaceração de direitos e conquistas.  O retrocesso social que estamos assistindo dia após dia.
Só uma convulsão será capaz de deter este “plano do mal”, arquitetado sabe-se lá por quem, com a finalidade de tornar o Brasil um país submisso.
Que não fique confusa a minha opinião.  Não prego que não se vote nas próximas eleições.  Não prego que se promova um quebra-quebra sem escrúpulos.  Mas por outro lado, questiono a passividade vergonhosa com a qual assistimos a compra de votos no Congresso (de forma declarada).  Com a qual permitimos que se leve a cabo a votação de uma reforma previdenciária excludente e assassina.  A maneira como aceitamos a entrega quase gratuita de nossas reservas naturais.  Sem falar na nomeação de ministros e outros nomes, comprovadamente criminosos, para ocupar cargos relevantes nos destinos da nação.
Deixamos que a mídia e parte do judiciário levassem a cabo um projeto corrosivo e inteligentíssimo, misturando  “justiça” com “revolta”, batizado de Lava Jato.  Hoje, comprova-se que sua finalidade maior era denegrir a imagem de empresas como a Petrobrás até torna-las baratas para compradores estrangeiros.  Aliás, sonho de criança de alguns inimigos que almejavam o controle de nosso petróleo desde a criação da Petrobrás na era Vargas.
A Lava Jato parou (sangrou) o país.  Afastou todos os inimigos do “privatismo”.   Tentou soterrar o partido do governo petista sem prender um só tucano.  Distraiu as atenções gerais.  Comoveu os brasileiros com os escândalos cinematográficos diários na televisão, enquanto helicópteros de cocaína, aviões sem dono, deputados promíscuos e malas de dinheiro ocupavam apenas espaços menores do noticiário.
Ainda hoje, negociatas e barganhas se veem sem punição.  Crimes gigantescos em proporção são coniventemente prescritos e a prática de uma “justiça” parcial não é segredo.
Quanta gente sem caráter.  Sem vergonha na cara.  Sem moral.  Pilantras de carteirinha que continuam a discursar por todas as esferas de poder e nos diferentes cargos públicos que ocupam.  Sempre pensei como podiam dormir, ou encaram seus filhos, mas na verdade essas figuras sombrias não têm espírito, nem alma.  Só a história, ou só Deus para lhes compensar a sujeira de suas miseráveis existências.
Mas e o povo?  Que assiste a tudo isso sem buscar entender direito o que está acontecendo, tendo por única preocupação a prisão de Lula pelo possível crime de “ganhar” um apartamento no Guarujá.  E quando tentamos elucidar algo, nos atacam, nos agridem, nos acusam de “petralhas”, protetores de “bandidos de estimação”, de “comunistas”, mesmo que não tenham a menor ideia do que queira dizer cada uma destas palavras.
Não dá pra desprezar este quinhão de pessoas.  Correspondem a uma fatia considerável do povo.
A eles, contudo, está faltando “norte”.  E eu penso que cumpriria ao maior partido de massas da América Latina desenvolver esta ação.  Formar, orientar e desnudar tudo, por mais difícil que esta missão pareça.  E não o fará se continuar preocupado apenas com as eleições.  Com a retomada do  “poder”.  Alguns inclusive com seus “cargos” atuais e por fim, com disputas internas, seu maior defeito.
O partido dos trabalhadores, tal qual o Brasil, caso Lula voltasse, devem ser entregues urgentemente a quem de fato pertencem:  Ao trabalhador.

domingo, 4 de fevereiro de 2018

Aulas, sono e costumes ruins.

Crianças e adolescentes começaram as aulas deste ano já na última semana e outros tantos darão início a esta importante jornada de suas vidas a partir de amanhã (segunda-feira dia 5).
Este fim de semana, no entanto, uma reportagem me chamou muito a atenção e cheguei mesmo a até ficar preocupado com o que li.
A preocupação se deve, sobretudo, ao fato de eu não ter dado tanta importância no assunto até hoje.
Meus filhos são muito insistentes na discussão do horário escolar, afirmando, pelo menos os dois mais velhos, que há algo de muito errado com a forma em que foram organizados.  Até o ano passado, eles frequentavam a escola no período da tarde, pois dão trabalho para acordar.  Mas este ano insistiram em passar para o período da manhã, pois afirmam que ao estudar após o almoço, não conseguem fazer mais nada durante o resto do dia.  E têm lá suas razões.  Dormem até tarde, almoçam, vão para a escola e pronto, já é noite.  Não dá pra estudar direito, trabalhar ou fazer qualquer outra atividade extra, salvo se acordarem bem cedo.  Então, se é assim, melhor ir para a escola.
Matriculados agora para o período da manhã, já sei que caberá a mim a torturante tarefa de botá-los em pé, tendo por "em pé", acordados, atentos e animados.
Só que a reportagem que li me dá cabo de que os adolescentes, em geral, só liberam em seu organismo os hormônios do sono lá pelas tantas da noite.  Bem diferente de adultos e crianças pequenas. Algo tipo 23 horas em diante.
O pior é que esta liberação química só irá cessar por volta das 8 da manhã, quando teoricamente já estão com um bocado de aula correndo.  Pensemos então em como conseguem se concentrar com este "sono incontrolável" sendo injetado em seu corpo.
E a reportagem assusta ainda mais.  Como adolescentes ficam em celulares, vídeo games ou computadores até altas horas, terão este hormônio atrasado, pois como estes aparelhos liberam a chamada "luz azul", que é bem próxima da ultravioleta (emitida pelo sol), o sono irá demorar mais a surgir e também a desaparecer.  Ou seja, o ideal, afirmam seus autores é que quem estuda pela manhã deve se livrar dos equipamentos eletrônicos pelo menos com duas horas de antecedência a se deitarem.  Tarefa tão difícil, quanto despertá-los cedinho.
Fiquei então pensando se não seria ideal, portanto, que as aulas começassem em torno de 9 horas. Nos Estados Unidos, alguns Estados já alteraram, há algum tempo, seu horário escolar para início às 9h30 e com êxito comprovado.
Se adotássemos este exemplo, nossas crianças e adolescentes poderiam cursar a escola até lá pelas 14 ou 15 horas, claro, almoçando no próprio edifício escolar em torno de meio dia.  O que acho difícil, pois o duro seria controlar as superlotadas escolas públicas que precisam dividir seu contingente em três períodos ou ainda balancear as refeições (merenda) que, quando não precárias, têm suas verbas desviadas por algum vagabundo.
O fato é que o sistema de ensino brasileiro, talvez por estes motivos que afirmei, prevê estes horários ora praticados quase que em formato padrão.  Então, o aprendizado por aqui fica sim comprometido, dentre outros, por este motivo também.
E o prejuízo de aprendizado ocorre não só pelos fatores já mencionados.  Durante o sono pesado, eliminamos "inutilidades" preservando itens importantes de aprendizado ou experiências captadas durante o dia.  Quando dormimos, fixamos o que aprendemos e filtramos as informações.  Se nosso sono é interrompido neste momento, perdemos esta valiosa ação de nossas mentes.
O sono é ainda importante para outros fatores.  O crescimento é um.  A estatura física também é controlada por hormônios liberados enquanto dormimos.  Nosso humor também é afetado, pois seu equilíbrio dependerá de elementos fornecidos pelo cérebro durante o sono.  Muitos adolescentes seguem negativos, pessimistas, sem memória e sem vontade para nada, pois estão viciados em dormir mal. Não se alimentam direito, comendo muito ou extremamente pouco, não conservando um bom físico justamente por este desregramento ao dormir.
Importantíssimo!  A quantidade de sono não é só o que deve ser observado.  O horário é assunto sério.  O período noturno é naturalmente o horário em que nosso corpo está programado para a liberação destes hormônios.  Dormir uma noite inteira é tudo de bom.
Imagine como não vou pegar nos pés da galera aqui de casa a partir de agora.

Brasil da Esperança, Rio Preto da Esperança.

É na eleição municipal que a democracia fica mais evidente, pois é nas cidades que os cidadãos de um país podem se manifestar de maneira mai...